O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, caso seja comprovado que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, esteve envolvido num esquema de candidatura laranja do PSL na última eleição, o destino do ministro será “voltar às suas origens”.
Bolsonaro deu a declaração em entrevista gravada ao Jornal da Record nesta quarta-feira, 13, antes de receber alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O presidente negou ainda que tenha conversado com Bebianno enquanto ainda estava no hospital. Nesta quarta-feira, o filho do presidente e vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, que disse ter conversado três vezes com o presidente na terça, 12. “Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano (sic) o assunto exposto pelo ‘O Globo’ como disse que tratou”, diz a postagem. Carlos Bolsonaro também publicou um áudio que indica ter sido gravado pelo presidente em que Bolsonaro diz a Bebianno que não falará com ninguém.
Questionado se sabia sobre o esquema de candidatura laranja denunciado pela imprensa, Bolsonaro afirmou que, na época, estava em casa, “em convalescença”. “E mesmo que não estivesse, não tenho como acompanhar tudo isso aí. Agora, já determinei à Polícia Federal que abra inquérito e investigue esse caso”.
“O partido tem que ter consciência. Não são todos, é uma minoria do partido que está aí nesse tipo de operação que nós não podemos concordar”, acrescentou, durante a entrevista.
Em entrevista para a Globo News após a fala de Bolsonaro, Bebianno comentou sua situação: “não tenho intenção de me demitir. Não fiz nada de errado, meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O presidente, se entender que eu não devo mais continuar, ele certamente vai comunicar. Da minha parte, tudo foi feito com honestidade e correção, então vou esperar para ver o que acontece”, disse.
Jair Bolsonaro também confirmou que vai bater o martelo sobre a reforma da Previdência nesta quinta-feira, 14. “Minha grande dúvida foi se [a idade mínima] passaria para 62 ou 65 anos no caso dos homens e 57 ou 67 para as mulheres. Se for 62 e 57, haverá transição. Por outro lado, a transição aconteceria até 2030 ou 2032, aproximadamente”, destacou. O presidente garantiu ainda a existência de um consenso para a aprovação do texto.