O general Floriano Peixoto Vieira Neto, número dois na Secretaria-Geral da Presidência da República, deve ser o substituto do ministro Gustavo Bebianno. A demissão do ‘desafeto’ de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, foi assinada neste sábado, 16, e será publicada na edição de segunda-feira do Diário Oficial da União.
A ‘solução caseira’ tem o aval do vice-presidente Hamilton Mourão e de outros oficiais de alta-patente que compõem o governo. Se Floriano for confirmado para o cargo, será o nono general na equipe ministerial. Floriano é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, onde ingressou em 1973, e comandou missões de paz da ONU.
Assessores palacianos que confirmaram a demissão apresentaram uma nova versão para a saída de Bebianno. O secretário-geral está indo embora do Planalto não por interferência de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio, mas por ‘ligações estranhas’ com alguns órgãos de imprensa. Entre esses estariam O Globo e a TV Globo, que costumeiramente atacam, segundo versão da Presidência da República, Jair Bolsonaro.
Bolsonaro, por exemplo, não teria gostado do fato de Bebianno ter convidado repórteres desses órgãos para uma viagem ofricial à Amazônia, que seria feita no meio da semana – justamente na data prevista para a alta do presidente no Hospital Albert Einstein. A viagem foi cancelada por decisão de Bolsonaro. A partir daí, o ministro, em represália, teria divulgado informações reservadas do governo.
Ao tomar conhecimento desses vazamentos seletivos para a imprensa, Bolsonaro deixou ‘entornar o caldo’. E Bebianno, que tinha chances de permanecer no cargo, foi comunicado de uma vez por todas para arrumar as gavetas.