Relatório da Polícia Federal encaminhado nesta quinta-feira (9) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, relata a apreensão de anotações em que apontam repasse de propina para o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Em dois momentos, o nome de Pezão está escrito ao lado de valores que seriam destinados a ele - com os valores de R$ 140 mil e R$ 50 mil.
Em nota, a assessoria do governador Pezão informou que ele "continua à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos a respeito das investigações. Pezão ressalta que suas contas já foram analisadas em processos anteriores da Polícia Federal, e estes foram arquivados".
As anotações foram encontradas no apartamento de Luiz Carlos Bezerra, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, apontado como um dos operadores do governador Sérgio Cabral e preso pela Polícia Federal durante a operação Calicute, deflagrada em novembro do ano passado. Bezerra é apontado por receber propinas e repassá-las a Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo. Ele também faria pagamentos para o ex-governador.
Esses valores, de acordo com os investigadores, seriam entregues em mochilas por Bezerra no escritório de Adriana Ancelmo e para o seu sócio, o advogado Thiago Gonçalves Pereira.
O nome de Pezão foi encontrado pelos policiais federais durante a análise do material apreendido na casa de Bezerra. De acordo com o relatório da PF, "verificaram-se alguns escritos que podem servir de elementos probatórios que vinculam o governador atual do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza, no possível esquema de recebimento de propina de um dos operadores financeiros do ex-governador Sérgio Cabral, também preso na operação Calicute".
O pedido do delegado Antônio Carlos Beaubrun Júnior é que, como o governador possui foro, a documentação seja encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O documento será analisado pelo Ministério Público Federal (MPF), que dará o parecer sobre o caso.
Bilhete indica propina recebida por Pezão (Foto: Reprodução/ Justiça Federal)