O governador Ibaneis Rocha (MDB) bateu o martelo e decidiu, nesta sexta-feira (1º/3) construir mais uma ponte no Lago Paranoá. A obra será feita por licitação dentro de Parceria Público-Privada (PPP). Segundo o emedebista, o GDF analisou duas propostas e escolheu a mais simples e econômica para o Distrito Federal.
O emedebista, entretanto, não revelou, valores nem detalhes do projeto escolhido. Na segunda-feira (25/2), a construtora JC Gontijo reuniu-se com Ibaneis, no Palácio do Buriti, justamente para apresentar estudo destinado à construção da nova ponte no Lago e, como consequência, a desativação da via sobre a Barragem do Paranoá.
“Recebi um projeto inicial que havia sido apresentado há quatro anos e o governo não deu andamento. O que está acontecendo na barragem hoje era previsível e já poderia ter sido solucionado. Gostei do estudo”, destacou o governador.
De acordo com o chefe do Executivo, uma das propostas apresentadas prevê a construção de ponte estaiada, de custo muito alto. “A outra era mais simples. Vamos economizar recursos e ter a possibilidade de realizá-la de forma mais rápida. Então, fiz a opção por essa mais barata”, revelou Ibaneis.
Conforme o Metrópoles mostrou, o governo recebeu proposta da construtora JC Gontijo. A obra seria realizada em conjunto com uma rodovia ligando o Lago Sul ao Paranoá, por meio de PPP.
Não está claro, ainda, o que a construtora quer como contrapartida. O Metrópoles apurou que o modelo seguiria, em parte, a PPP fechada com o Consórcio Novo Terminal, em 2008. que permitiu a construção da Rodoviária Interestadual de Brasília.
Em troca da obra, no valor de R$ 55 milhões, as empresas Socicam, JC Gontijo e Artec receberam do GDF, além da concessão para explorar comercialmente o terminal por 30 anos, um terreno no Setor de Múltiplas Atividades Sul (SMAS), Trecho 4.
A operação, entretanto, está sob análise do Tribunal de Contas do DF(TCDF), uma vez que um dos sócios da JC Gontijo, o empresário José Celso Valadares Gontijo, é réu no âmbito da Operação Pandora, que investiga pagamento de propina durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda.
O governador contou que alguns aliados perguntaram se ele não iria preferir uma ponte estaiada, que teoricamente seria mais chamativa. “Disse que não. Eu quero resolver o problema do transporte. Acho que isso é mais importante”, destacou.
Segundo Ibaneis, não se pensou, ao longo dos anos, no tráfego de caminhões sobre a Barragem do Paranoá, que agora está proibido. “Não se pensou, também, em todos os moradores da região do Paranoá, Itapoã e dos condomínios que ali passam por muita dificuldade. Então, autorizei a continuidade dos estudos. E espero que no prazo máximo de 90 dias a gente esteja em condições de fazer a licitação”, contou.
De acordo com o governador, existem alguns problemas, como o de algumas invasões no traçado da futura obra, entre o Lago Norte e Paranoá. A Agência de Desenvolvimento de Brasília (Terracap) já está autorizada a começar o processo de recuperação desses lotes, pelo caminho da negociação. Mesmo com o modelo de PPP, o governo terá que lançar uma licitação. O emedebista garantiu que em breve irá apresentar os detalhes da obra para a sociedade.
Com a quinta ponte, o GDF poderia desativar o trecho sobre a barragem, onde passam 26 mil veículos por dia, atendendo determinação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).