No período de 2015 a 2018, que compreende o primeiro governo Renan Filho (MDB), a Secretaria estadual de Segurança Pública empenhou (gastou) mais de R$ 5 bilhões (R$ 5.677.814.282,90) para manutenção das estruturas físicas, administrativas e operacionais das Polícias Civil, Militar, Perícia Oficial e Instituto Médico Legal, conforme consta no Portal da Transparência Graciliano Ramos. Deste montante, R$ 28,3 milhões foram aplicados em contratos de locação de viaturas. Na prática, isto significa dizer que a SSP, como a maioria dos órgãos estaduais, abandonou a frota própria para investir em locação de veículos.
As autoridades da cúpula das Secretarias de Planejamento, Gestão Pública, Fazenda e da SSP justificam que a manutenção da frota própria teria menos custo-benefício e ainda perderia parte do efetivo policial defasado, porque os policiais ficariam encarregados da manutenção das viaturas.
Na verdade, não é nova a ideia de locação de veículos e acabar com a frota das secretarias. A prática começou em 2013, no final da gestão do ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), que adotou o modelo neoliberal a fim de reduzir custo com pessoal efetivo, terceirizar mão de obra, equipamentos, veículos e manutenção. Nos contratos publicados no Diário Oficial a partir de 2013, ficaram estabelecidos que, além das despesas com locação, o estado pagaria também pela manutenção dos carros em caso de avarias mecânica, danos e as despesas com combustíveis. De lá para cá, os contratos foram renovados via aditivos.
O governo Renan manteve o projeto de acabar com a frota própria. Com isso, dispensou um contingente significativo de servidores de apoio como motorista, mecânicos, auxiliares entre outros. Os concursos para admissão de pessoal ficaram restritos aos quadros da Polícia, Educação e Saúde, sem o pessoal de apoio ou com raras exceções.
Da frota antiga da SSP, por exemplo, hoje resta menos de 30%. Mais de 70%, dos veículos em operação são locados. Os carros antigos comprados com dinheiro público do estado ou do governo federal, apodrecem em terrenos baldios ou garagens de batalhões da PM e/ou no velho depósito oficina de viaturas que fica na área do sistema prisional, próximo ao presídio Baldomero Cavalcante. Portanto, desde o início da gestão Renan (2014), Alagoas adota o sistema de locação de carros.