18/03/2019 às 07h11min - Atualizada em 18/03/2019 às 07h11min

Polícia Militar faz varredura no colégio Gisno após ameaça de ataque

PM foi acionada pela 2ª DP (Asa Norte), que teria recebido informações de que haveria um ataque na escola, a exemplo do ocorrido em Suzano

Equipes da Polícia Militar fazem varredura no colégio da rede pública Gisno, na 907 Norte, nesta segunda-feira (18/3). Segundo informações preliminares da PMDF, por volta de 4h50, a 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) acionou a corporação.

O delegado Laércio Rosseto, da 2ª DP, contou ao Metrópoles ter recebido informações sobre postagem nas redes sociais em que alunos do centro educacional estariam falando que instalariam artefatos explosivos nas dependências da escola e planejavam atentado nos moldes do que ocorreu em Suzano, São Paulo.

No último dia 13, cinco alunos e dois funcionários da escola Raul Brasil foram mortos por dois ex-alunos. Os dois também morreram no ataque. Antes de invadirem a escola, um dos atiradores matou o próprio tio.

 

Medo
Desde o atentado em Suzano, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) passou a investigar cinco ameaças a colégios públicos do DF. O Metrópoles mostrou na semana passada que os casos, seguem em segredo de Justiça por envolver nomes de adolescentes.

Uma das ameaças mais preocupantes foi a aparição do desenho de uma suástica no quadro de uma sala de aula. Abaixo do símbolo nazista, a frase “massacre em 20/3”. Para não atrapalhar as apurações, o nome da escola não divulgado pelos investigadores da PCDF.

A área de inteligência da Segurança Pública também passou a monitorar as redes sociais, em especial Facebook, Twitter e Instagram, por causa de publicações que incitam violência ou veneram a atitude dos autores da chacina na escola de Suzano. Especialistas em crimes virtuais acompanham e pedem autorização judicial para tomar medidas preventivas.

Ao Metrópoles, o secretário de Educação, Rafael Parente, confirmou a informação dos cinco registros, mas disse que não pode detalhar os casos por envolver estudantes da rede pública.”Fomos realmente informados sobre cinco ameaças. Por isso, decidimos aumentar a segurança no prédio [da secretaria] e nas escolas, com mais vigilantes e maior presença da PM”, afirmou à reportagem na última sexta (15).

Os casos vieram à tona no mesmo dia em que um professor de violino da Escola de Música de Brasília (EMB) invadiu a sede da Secretaria de Educação, no Setor Bancário Norte. Ele estava armado com uma faca e uma besta (espécie de arco e flecha), mesmo equipamento utilizado pelos atiradores do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). O alvo, segundo a PM, seria o próprio secretário.

Após ser preso e levado para a 5ª Delegacia de Polícia (área central), o professor foi encaminhado ao Hospital de Base em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na maca, gritou: “Me trouxeram para cá como um cachorro“.

 

PMDF/Divulgação

PMDF/Divulgação

 
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PMDF/DIVULGAÇÃO

O major da Polícia Militar Cláudio Peres informou que o alvo do professor seria o secretário de Educação, Rafael Parente. “Ele dizia que queria encontrá-lo para denunciar a forma como os professores são tratados. Reclamou de maus-tratos cometidos contra eles”, disse o policial.

Em meio a invasão e ameaças, o GDF estuda medidas para garantir mais segurança a alunos e servidores nos colégios públicos.

Entre elas, a expansão do número de câmeras de monitoramento, botão do pânico para acionar a polícia em caso de situações de perigo, aulas de meditação e mediação de conflitos, catracas que exigem identidade estudantil para entrar nas escolas e até nota de comportamento compondo a média final dos alunos, com o objetivo de estimular a disciplina dentro dos colégios.

Confira imagens da tragédia em Suzano (SP):