21/03/2019 às 07h42min - Atualizada em 21/03/2019 às 07h42min

Identificados 11 responsáveis por ameaças a escolas do DF

Segundo o secretário de Segurança Pública, essas pessoas “estão sendo monitoradas e serão responsabilizadas”

O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, disse na tarde desta quarta-feira (20/3) que a inteligência do Governo do Distrito Federal (GDF) identificou 11 responsáveis por fazer ameaças na internet a escolas públicas do DF. “Queremos esclarecer que essas pessoas estão sendo monitoradas e serão responsabilizadas”, disse.

Torres não revelou a identidade dos suspeitos, mas informou que a maioria é adolescente. Segundo o gestor, os jovens serão apreendidos e os adultos, detidos nos próximos dias. A intenção, de acordo com o secretário, é saber se as ameaças poderiam se concretizar ou se trata-se apenas de brincadeiras de mau gosto feitas na internet.

Ainda segundo Anderson Torres, 180 policiais militares reforçarão o patrulhamento nas imediações dos centros de ensino. A princípio, entre 40 e 50 colégios da rede serão contemplados com o efetivo extra. Em duplas, eles farão a segurança de alunos, professores e funcionários.

“Vamos avaliar as escolas situadas em regiões com maiores manchas criminais e com mais incidência de ameaças, para reforçar o policiamento”, destacou a comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Sheyla Sampaio.

 

A comandante da PMDF reforçou que o destacamento dos 180 praças e oficiais para as proximidades das escolas públicas não levará prejuízo a outras áreas, pois são militares da reserva remunerada que retornaram aos quadros da corporação há cerca de um ano.

“São policiais que permanecerão conosco até a conclusão do curso de formação de praças, em dezembro, quando ingressarão nos quadros 670 novos policiais. Por isso, nenhuma outra região ficará desfalcada”, explicou Sheyla Sampaio.

Praticamente no mesmo horário em que a cúpula da Segurança falava, mais uma falsa ameaçava assustava estudantes de uma escola em Santa Maria. Alunos e professores contaram ter ouvido um barulho do que parecia ser uma bomba. Vídeos que circulam em grupos de WhatsApp mostram docentes fazendo barricadas com carteiras nas portas das salas de aula.

A polícia chegou a ser acionada, mas logo descartou qualquer tipo de perigo, e as atividades foram retomadas.

Temor entre pais de alunos
A notícia é dada no momento em que aumentam os casos de ameaças de ataques a colégios na capital da República. Na segunda-feira (18), cinco alunos do Gisno usaram as redes sociais para anunciar um suposto ataque. Na terça (19), foi a vez de os pais do Centro de Ensino Fundamental 27 (CEF 27), de Ceilândia, ficarem assustados.

Na manhã desta quarta-feira (20), segundo informações da Polícia Militar, eles ficaram receosos de deixarem seus filhos na escola por causa de boatos de que haveria uma explosão na instituição de ensino pública, localizada na QNR 1, e levaram as crianças de volta para casa.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que a direção do CEF 27 acionou a Polícia Militar após o boato circular pelas redes sociais. Os PMs fizeram uma busca minuciosa e nada encontraram nas dependências da escola.

“Na manhã desta quarta-feira (20), pais e estudantes ficaram assustados devido ao boato e optaram por não deixar as crianças na escola. Por isso, não houve aula no turno da manhã, e haverá reposição. À tarde, as aulas serão normais”, informou a pasta.

Varredura na Asa Norte
Na segunda (18/3), equipes da Polícia Militar também fizeram varredura no Gisno, na 907 Norte. Também pelas redes sociais, cinco alunos disseram que ocorreria um ataque ao colégio.

O caso é investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Um inquérito será instaurado para apurar a participação de um estudante maior de idade no episódio. Ele responderá por dois crimes: falso alarme e corrupção de menores. Caso seja condenado, ele pode pegar até quatro anos de prisão. Já os quatro adolescentes suspeitos de ameaça no Gisno, além de serem transferidos de colégio, terão o caso encaminhado à Vara da Infância e da Juventude.

Na sexta (15), outro susto. Dessa vez, um professor da Escola de Música invadiu a Secretaria de Educação, no Setor Bancário Norte, armado com uma besta, faca e cinco setas. Após as sucessivas ameaças, o GDF decidiu, nessa terça-feira (19), reforçar a segurança nos colégios públicos.

 

Nessa última sexta (15), chegou ao conhecimento dos policiais da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) a foto de frases com símbolos nazistas prometendo um ataque a um centro de ensino da região administrativa no dia 20 de março. Uma ocorrência foi registrada, e o caso é investigado pela DP.

Segundo o delegado-chefe da unidade, Pablo Aguiar, é provável que se trate de uma “brincadeira de adolescente”. No entanto, o policial ressalta que qualquer ameaça é investigada. Estudantes de um colégio em São Sebastião também ameaçaram fazer um massacre.

No Gisno, quatro adolescentes e um maior de idade publicaram mensagens com ameaças de bomba e morte em massa na escola. Nada foi encontrado, mas as aulas foram suspensas na segunda-feira (18) e retomadas nessa terça (19), em clima de apreensão.

Confira mensagens postadas pelos estudantes nas redes:

Ainda na segunda, no Paranoá, a 6ª Delegacia de Polícia se mobilizou para investigar outras ameaças. “Fomos procurados pela direção da escola. Eles ficaram em pânico com a história de um homem que estava ameaçando fazer um massacre no local, semelhante ao de Suzano”, explicou a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia.

“Durante as apurações, descobrimos que, em um grupo de WhatsApp, um aluno postou um vídeo [no qual aparece] portando arma de fogo. Isso gerou os rumores e assustou todos. O caso segue em investigação”, completou a policial. Os administradores do grupo prestaram depoimento e apresentaram a gravação à polícia.

Em Águas Claras, mensagens trocadas por estudantes de uma escola particular causaram preocupação aos pais e professores. A instituição se manifestou por meio de nota, afirmando que a ameaça foi feita por um aluno em um grupo de amigos, mas que o próprio autor se arrependeu e apagou a mensagem logo em seguida.


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