22/03/2019 às 20h05min - Atualizada em 22/03/2019 às 20h05min

MP de Goiás aponta fraude em documento que inocentaria João de Deus

Segundo investigação houve uma ação orquestrada entre defensores do médium, que tiveram conhecimento prévio que denuncias seriam veiculadas na mídia.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirmou durante coletiva de impressa dada nesta sexta-feira, 22, que um documento reconhecido em cartório por uma suposta vítima que buscava inocentar o médium João de Deus foi fraudado.

 

Os procuradores apontam que os envolvidos na fraude teriam tido conhecimento prévio da denúncia que iria ser veiculada pela imprensa e buscou em uma frequentadora da casa declarações com a intenção de descredibilizar a então futura denúncia.

 

“Já era de conhecimento deles que esse fato seria veiculado e diante da eminencia de ir ao ar foi feito esse documento com lavratura em cartório por uma pessoa que prestou essas informações”, afirmam os procuradores Paulo Penna e Augusto Cézar. Os denunciados serão indiciados por falsidade ideológica.

 

Entretanto, após a investigação notar as inconsistências do documento, a mulher que prestava as informações foi ouvida pela promotoria e contestou o que foi dito antes. Segundo os promotores, a ex-frequentadora da casa apontou que parte das informações haviam sido colocadas por terceiros. “Foram inseridas informações falsas, para que o documento atendesse a finalidade de constituir inocência do João de Deus”, conclui o promotor.

 

Preso desde dezembro do ano passado, o médium também foi acusado de falsidade ideológica, associada aos crimes de violação sexual. Com a nova denúncia, ele responde, agora, por oito processos, seis relativos a crimes sexuais e mais dois por posse ilegal de armas.

 

Além do médium estão sendo investigados mais três colaboradores da casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Edna Ferreira Gomes, João José Elias e Reginaldo Gomes do Nascimento estariam envolvidos na coação da mulher que escreveu na escritura falsa.


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