O Ministério Público de Goiás (MP-GO) afirmou durante coletiva de impressa dada nesta sexta-feira, 22, que um documento reconhecido em cartório por uma suposta vítima que buscava inocentar o médium João de Deus foi fraudado.
Os procuradores apontam que os envolvidos na fraude teriam tido conhecimento prévio da denúncia que iria ser veiculada pela imprensa e buscou em uma frequentadora da casa declarações com a intenção de descredibilizar a então futura denúncia.
“Já era de conhecimento deles que esse fato seria veiculado e diante da eminencia de ir ao ar foi feito esse documento com lavratura em cartório por uma pessoa que prestou essas informações”, afirmam os procuradores Paulo Penna e Augusto Cézar. Os denunciados serão indiciados por falsidade ideológica.
Entretanto, após a investigação notar as inconsistências do documento, a mulher que prestava as informações foi ouvida pela promotoria e contestou o que foi dito antes. Segundo os promotores, a ex-frequentadora da casa apontou que parte das informações haviam sido colocadas por terceiros. “Foram inseridas informações falsas, para que o documento atendesse a finalidade de constituir inocência do João de Deus”, conclui o promotor.
Preso desde dezembro do ano passado, o médium também foi acusado de falsidade ideológica, associada aos crimes de violação sexual. Com a nova denúncia, ele responde, agora, por oito processos, seis relativos a crimes sexuais e mais dois por posse ilegal de armas.
Além do médium estão sendo investigados mais três colaboradores da casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Edna Ferreira Gomes, João José Elias e Reginaldo Gomes do Nascimento estariam envolvidos na coação da mulher que escreveu na escritura falsa.