05/04/2019 às 07h22min - Atualizada em 05/04/2019 às 07h22min

Minuto a minuto: o que mostra a câmera do clube onde Natália morreu

Filmagem, assistida pelo Correio, mostra a jovem, encontrada morta no Lago Paranoá, entrando no espelho d'água com o rapaz investigado pela polícia

Agentes da 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) continuam a investigar o que provocou a morte da estudante Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, cujo corpo foi encontrado no Lago Paranoá na última segunda-feira (1º/4). Os agentes da Polícia Civil responsáveis pelo caso só descartaram até agora a hipótese de suicídio e ainda apuram se um jovem também de 19 anos, morador da Asa Norte, teve participação no óbito. 
 
 
A peça que mais ajuda nas investigações é uma filmagem feita por uma câmera de segurança do clube onde Natália estava com amigos no dia em que morreu, o domingo (31/3). A reportagem do Correio assistiu ao vídeo que mostra o momento em que a jovem aparentemente se afoga no lago. Em pé e, depois, sentado, o jovem investigado observa, a poucos metros de distância, o que acontecia na água, antes de ir embora sem prestar ou acionar o socorro. 
 
A imagens foram feitas por câmeras do Grupamento dos Fuzileiros Navais, vizinho ao clube. Natália e o rapaz aparecem por 10 minutos. O dia está claro quando ambos descem correndo e em linha reta um barranco de grama à margem do lago, às 18h16 de domingo.

Os dois ficam parados e começam o que aparenta ser uma discussão. Às 18h17, a universitária entra na água, puxando o jovem pela mão. Ele recua por alguns segundos, antes de entrar. Os dois vão para uma parte mais funda, onde ficam submersos até o pescoço. 
 
Em seguida, os dois estão bem próximos. Depois, Natália afunda. É a última dela viva. O estudante nada até a área mais rasa do espelho d’água, onde fica em pé olhando para onde a universitária afundou, até as 18h19. Depois, ele se senta na grama. Ainda, entra nas duas vezes na água: às 18h21 e às 18h24. 
 
Quando constata não haver qualquer movimento no lago, o rapaz pega impulso e sobe o barranco para ir embora ao encontro dos amigos, às 18h25. Em poucos metros de distância de onde os jovens estavam, há uma lancha e um barco, um pouco maior, do Grupamento de Fuzileiros Navais. 
 
Nenhum delegado ainda deu declarações sobre a investigação. A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil também não se pronunciou. Para resolver o caso, os investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) aguardam os resultados da análise da filmagem e da causa da morte da universitária.
 

Defesa

Responsável pela defesa do jovem investigado, o defensor público Carlos André Praxedes argumenta que, por estar sob efeito do álcool, o rapaz não agiu como esperado em uma situação de afogamento. “Por alguma razão ele ficou tentando entender o que estava acontecendo, meio desnorteado, sem ao menos saber se era uma brincadeira. Afetado pelo efeito do álcool, teve uma reação diferente da que poderia ter sido adotada”, justifica.

O suspeito foi ouvido pela segunda vez na quarta-feira e fez exames de corpo de delito. Na ocasião, ele mudou sua versão inicial e admitiu ter entrado no lago com Natália, mas nega que a tenha afogado. A polícia também quer comparar uma marca de mordida em um dos braços dele com a arcada dentária da estudante, cujo corpo foi enterrado também na quarta-feira.

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