16/04/2019 às 03h10min - Atualizada em 16/04/2019 às 03h10min

Águas Lindas: confusão em ação policial acaba com professora detida

Caso foi registrado no Instituto Federal de Goiás (IFG). Docente reclama de truculência de policiais civis. Corporação fala em desobediência

Uma professora do Instituto Federal de Goiás (IFG) foi detida por policiais civis acusada de desobediência. Coordenadora-geral do Sindicato Nacional do Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e professora do IFG, Camila Marques teria se recusado a cooperar com as investigações policiais sobre uma denúncia informada à corporação de ameaça de atentado. A docente, entretanto, apresenta outra versão: diz que houve truculência e abuso de autoridade..

Procurada pela reportagem, a PCGO informou que agentes da corporação foram até o campus da IFG, localizado em Águas Lindas, Entorno do Distrito Federal, para investigar a denúncia de ameaça de atentado escolar semelhante ao ocorrido em Suzano (SP), registrada pelo diretor da instituição nesse domingo (14/04/19).

Segundo a corporação, o diretor mostrou a sala dos alunos suspeitos e a polícia, então, pediu que a docente acompanhasse a revista nos pertences dos estudantes. Camila teria começado a filmar a ação policial.

A professora contou, por sua vez, que estava filmando quando um dos policiais, “nervoso”, mandou ela parar. “Ele disse que era sigiloso, mas não explicou o motivo. Eu falei que ele era um agente público, que estava em local público, e eu poderia filmar”.
 

A professora teria sido advertida por três vezes pelos policiais civis para que não filmasse a abordagem, uma vez que os jovens têm proteção à imagem, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Entretanto, segundo informado pela PCGO, ela desobedeceu a ordem.

Na versão da docente, um dos policiais teria permitido que ela filmasse. Ele a chamou para conversar e pediu que ela acompanhasse os alunos até a delegacia para depor como testemunha. “Quando disse que iria acionar o advogado, eles apelaram, apertaram meu braço e agiram de forma truculenta”, afirmou.

Diante do impasse, ela teria recebido voz de prisão e acabou detida. Por volta das 13h10 desta segunda-feira (15/04/19) assinou Termo Circustanciado de Ocorrência e foi liberada.

De acordo com nota divulgada pelo Sinasefe, a professora teria sido agredida durante a ação policial. A corporação goiana nega. Disse que a docente foi submetida a relatório médico e raio-x, que “não constataram nenhuma lesão a ela”.

O sindicato disse “estar prestando solidariedade à companheira Camila, lutadora aguerrida e sempre pronta a defender os direitos dos trabalhadores”.


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