O processo, aberto devido a uma denúncia do fundo de investimento brasileiro DIS, que era detentor de 40% dos direitos econômicos do jogador, tinha sido arquivado em outubro pelo juiz José de la Mata. No entanto, no fim do mês passado, o Tribunal Nacional de Justiça da Espanha solicitou a reabertura do caso à Promotoria.
O jogador, seu pai, que também se chama Neymar, o então presidente do clube catalão, Sandro Rossel, e o Santos (time que vendeu o atacante) são réus pelos crimes de corrupção e evasão fiscal. O promotor José Perals, que entrou com o recurso para a reabertura do caso, disse que houve corrupção na compra de Neymar.
O Barcelona já havia feito um acordo com a Promotoria, admitindo ter cometido dois crimes fiscais durante a contratação de Neymar, nos exercícios de 2011 e 2013, e se comprometendo a pagar multa de 5,5 milhões de euros.
A empresa brasileira, no entanto, se sentiu enganada pelas partes, já que recebeu 40% dos 17 milhões de euros (R$ 61 milhões, nos valores atuais) pagos pelo Barcelona ao Santos, entretanto, a operação total, de acordo com a Audiência Nacional espanhola, foi de 83,3 milhões de euros (R$ 299 milhões) e a DIS quer os 40% desse valor, que englobou prêmios, pequenos acordos com Santos, jogador, Instituto Neymar Jr., e seu pai.
Ainda em 2011, dois anos antes da venda oficial de Neymar ao Barcelona, o clube da Baixada Santista planejou algumas estratégias para tentar reduzir o lucro da DIS na negociação. A revelação foi feita pelo Portal GloboEsporte.com, em setembro, através de documentos e e-mails trocados por integrantes do Comitê de Gestão do Santos e advogados do clube. Neymar e todo seu estafe (pai, agentes e advogados) não fizeram parte dos diálogos.
Ainda de acordo com os documentos, o Santos conversou com os dois principais clubes espanhóis, Barcelona e Real Madrid, simultaneamente, entretanto, nenhuma das negociações foi concluída. Em dezembro daquele ano, Neymar acertou com o Barcelona sua transferência um ano e meio depois - curiosamente, o Santos, seu clube à época, enfrentou o Barça na final do Mundial de Clubes e foi goleado por 4 a 0.
Em 2013, Neymar foi oficializado como jogador do clube catalão e depois disso, muitos entraves foram vistos entre todas as partes. Por esses motivos, o processo foi aberto. Vale lembrar que este caso não tem ligação nenhuma com sonegação fiscal ou algo parecido.