Aumenta o cerco ao senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, no caso Coaf. Nesta segunda, 13, a Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do congressista e de seu ex-assessor na Assembleia Legislativa Fabrício Queiroz. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo e confirmadas posteriormente por integrantes do Ministério Público.
A decisão foi tomada pelo juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça. Também foi autorizada devassa nas contas de familiares de Flávio e Queiroz e de dezenas de outras pessoas que trabalharam com o então deputado estadual.
São alvo da quebra de sigilo Fernanda Bolsonaro, mulher do senador, e de uma empresa deles, a Bolsotini Chocolates e Café Ltda. As duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, além da mulher dele, Márcia, também terão suas movimentações bancárias investigadas.
Outros 88 ex-funcionários do gabinete de Flávio, da época em que ele era deputado estadual no Rio, também terão dissecadas suas contas bancárias. Entre eles, estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como um dos chefes do Escritório do Crime, uma das principais milícias do Rio.
A quebra de sigilo bancário abrangerá movimentações de janeiro de 2007 a dezembro de 2018. Ao justificar o pedido da quebra de sigilos, o Ministério Público disse que precisa saber por que Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do assessor. Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista. Queiroz recebia depósitos de outros servidores do gabinete, muitas vezes em datas próximas às de pagamento de salário. Há suspeita da prática de “rachadinha” – quando os funcionários repassam parte ou todo o salário para o parlamentar.