O Distrito Federal enfrenta a pior epidemia de dengue dos últimos três anos. O novo boletim da Secretaria de Saúde, divulgado nesta terça-feira (21/05/2019), revelou o registro de 19.812 notificações da doença na capital da República. Dessas, 17.304 são classificadas como casos prováveis, e 16 mortes foram confirmadas. Em 2018, houve apenas um óbito e 2,1 mil casos prováveis. Em 2017, foram 12 falecimentos.
O boletim epidemiológico é referente a 11 de maio. “O sorotipo do vírus que circulava antes era o 1. Agora, trata-se do 2, que é mais agressivo e pode provocar mais mortes”, informou Delmason Carvalho, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep). Segundo ele, a hipótese principal para esse novo tipo ter se espalhado é que a população se tornou imune à outra variação da dengue.
Para o diretor da Divep, é provável que o tipo 2 tenha chegado ao DF na época da Copa do Mundo de 2014, pela Bahia. “Não sabemos ao certo, porque ainda não conseguimos isolar esse vírus, mas temos a suspeita”, explicou Carvalho.Na estatística da Secretaria de Saúde, são contabilizados apenas os casos registrados na área do Distrito Federal. Ao longo da divulgação dos boletins, os números tendem a aumentar, porque cada notificação passa por análise dos técnicos da pasta, o que demora algumas semanas.
No boletim epidemiológico anterior, divulgado em 25 de abril, foram confirmadas 10 mortes, mas isso não significa que houve seis óbitos a mais desde a publicação. Alguns falecimentos passavam por investigação e só entraram no levantamento após a confirmação das circunstâncias em que aconteceram, ressaltou a pasta.
Conforme afirmou o subsecretário de Atendimento à Saúde, Ricardo Ramos, todas as unidades básicas de saúde (UBS) do DF estão aptas a diagnosticar e encaminhar tratamento para sintomas de dengue. “As pessoas procuram os hospitais porque sabem que lá não se pode negar atendimento. Isso pode fazer com que haja muita demanda.”
Segundo Ramos, em maio foram distribuídos 12 mil kits para identificação do vírus na rede pública, entre testes rápidos e os sorológicos, e em junho outros 22 mil devem abastecer todas as regiões. Ele garante que não há risco de falta de reagente para descobrir os casos e assegura que as devidas ações de combate estão sendo tomadas.