O trajeto será feito por uma comitiva composta por: o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB); o secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Paulo Roriz; o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro; o secretário nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Jean Pejo; e um representante da VLi, concessionária responsável pela linha.
A viagem experimental é coordenada pela União, assim como o projeto de revitalização do sistema de transporte. A princípio, o Ministério do Desenvolvimento Regional previa o início dos testes em janeiro. Porém, um reestudo feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o governo local acabou atrasando o cronograma.
Será feito somente o trajeto de ida, e não há confirmação de quando terão início as viagens experimentais para passageiros. Não serão permitidas descidas durante a rota, mas o trem poderá parar “para melhor observação dos pontos de interesse”, segundo o ministério. Devido ao limite de passageiros, a imprensa não acompanhará a comitiva.
A ideia, segundo o Governo do Distrito Federal (GDF), é verificar a recente manutenção realizada na malha ferroviária, além de contabilizar o tempo estimado de deslocamento, quando a operação estiver regularizada.
Na viagem experimental, o trem usado não será o oficial, que fará o transporte de passageiros futuramente: o vagão escolhido para o teste tem capacidade de conduzir apenas 10 pessoas – sete passageiros e três tripulantes.
A intenção do governo local e da União de retomarem a condução de passageiros na linha férrea, que atualmente só transporta cargas, foi noticiada em dezembro de 2018, pelo Metrópoles, em primeira mão.
Em nota enviada à reportagem, a concessionária reiterou a realização de estudos para adaptação da linha para transporte público. “A via, sob responsabilidade da VLi, tem foco no transporte de carga. É importante ressaltar que os estudos de viabilidade técnica para sua adaptação a outros fins ainda estão em andamento pelos interessados e deverão ser submetido à análise e manifestação da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]”. A empresa é também a responsável pela tradicional Maria Fumaça, que faz o trajeto entre São João del Rei (MG) e Tiradentes (MG).
Após a chancela dos governos local e federal, as viagens devem ser feitas por um veículo leve sobre trilhos (VLT), escolhido justamente para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural.
O governo ainda analisa o valor da passagem e pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos. A expectativa é que dois vagões façam duas viagens diárias de Brasília até o município goiano.
Promessa de vários governos anteriores, o VLT já entrou no imaginário do brasiliense, seja pela promessa de cruzar a Esplanada dos Ministérios, seja para interligar a W3 Norte e a W3 Sul ao Aeroporto Internacional de Brasília. Embora haja projetos e estudos na ANTT e na CBTU, nenhuma dessas linhas saiu do papel.
A estreia do novo trajeto só foi possível graças à linha férrea já existente, hoje exclusiva para o transporte de cargas, e que foi adaptada para a condução de passageiros. “Estou depositando muitas fichas nesse projeto, porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse Ibaneis Rocha (MDB) em entrevista ao Metrópoles no início do ano.