04/06/2019 às 06h43min - Atualizada em 04/06/2019 às 06h43min

Trem que liga Brasília a Valparaíso (GO) faz 1ª viagem nesta terça

Comitiva de autoridades vai avaliar o trajeto. Próximos passos são fazer os ajustes necessários, definir preço da passagem e iniciar transporte de passageiros

METRÓPOLES
O trem que ligará Brasília a Valparaíso (GO) fará sua primeira viagem de testena manhã desta terça-feira (04/06/2019). Partindo da Estação Rodoferroviária, às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), o vagão segue com destino ao Entorno do Distrito Federal, das 8h30 às 11h30.

O trajeto será feito por uma comitiva composta por: o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB); o secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Paulo Roriz; o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro; o secretário nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Jean Pejo; e um representante da VLi, concessionária responsável pela linha.

A viagem experimental é coordenada pela União, assim como o projeto de revitalização do sistema de transporte. A princípio, o Ministério do Desenvolvimento Regional previa o início dos testes em janeiro. Porém, um reestudo feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o governo local acabou atrasando o cronograma.

Será feito somente o trajeto de ida, e não há confirmação de quando terão início as viagens experimentais para passageiros. Não serão permitidas descidas durante a rota, mas o trem poderá parar “para melhor observação dos pontos de interesse”, segundo o ministério. Devido ao limite de passageiros, a imprensa não acompanhará a comitiva.

A ideia, segundo o Governo do Distrito Federal (GDF), é verificar a recente manutenção realizada na malha ferroviária, além de contabilizar o tempo estimado de deslocamento, quando a operação estiver regularizada.

Na viagem experimental, o trem usado não será o oficial, que fará o transporte de passageiros futuramente: o vagão escolhido para o teste tem capacidade de conduzir apenas 10 pessoas – sete passageiros e três tripulantes.

A intenção do governo local e da União de retomarem a condução de passageiros na linha férrea, que atualmente só transporta cargas, foi noticiada em dezembro de 2018, pelo Metrópoles, em primeira mão.

ANTT

Em nota enviada à reportagem, a concessionária reiterou a realização de estudos para adaptação da linha para transporte público. “A via, sob responsabilidade da VLi, tem foco no transporte de carga. É importante ressaltar que os estudos de viabilidade técnica para sua adaptação a outros fins ainda estão em andamento pelos interessados e deverão ser submetido à análise e manifestação da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]”. A empresa é também a responsável pela tradicional Maria Fumaça, que faz o trajeto entre São João del Rei (MG) e Tiradentes (MG).

Após a chancela dos governos local e federal, as viagens devem ser feitas por um veículo leve sobre trilhos (VLT), escolhido justamente para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural.

O governo ainda analisa o valor da passagem e pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos. A expectativa é que dois vagões façam duas viagens diárias de Brasília até o município goiano.

REPRODUÇÃO / ANTT
Reprodução / Antt

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Mapa atual das ferrovias na Região Metropolitana do Distrito Federal

VLT na W3

Promessa de vários governos anteriores, o VLT já entrou no imaginário do brasiliense, seja pela promessa de cruzar a Esplanada dos Ministérios, seja para interligar a W3 Norte e a W3 Sul ao Aeroporto Internacional de Brasília. Embora haja projetos e estudos na ANTT e na CBTU, nenhuma dessas linhas saiu do papel.

A estreia do novo trajeto só foi possível graças à linha férrea já existente, hoje exclusiva para o transporte de cargas, e que foi adaptada para a condução de passageiros. “Estou depositando muitas fichas nesse projeto, porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse Ibaneis Rocha (MDB) em entrevista ao Metrópoles no início do ano.

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