Uma família acusa de omissão de socorro a escola na qual estuda o filho, de 3 anos. Segundo os pais, a enfermeira do colégio EduSesc, em Taguatinga Norte, teria se negado a prestar atendimento ao menino, que estava com a boca machucada, porque ele havia caído do lado de fora do colégio. O caso ocorreu em 21 de maio e foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). A instituição de ensino alega que houve apenas um mal-entendido.
Segundo Alesson Rodrigues, pai do garoto, pouco antes de a aula começar, a criança e a irmã, de 17 anos, saíram de uma padaria em frente ao EduSesc. A poucos metros da entrada do colégio, o menino tropeçou e caiu no chão. “Eles foram comer um pão de queijo antes da aula e meu filho acabou sofrendo esse acidente”, conta o pai.
A irmã, ao ver a criança com a boca sangrando, a conduziu para dentro da escola. Diante da cena, a coordenadora entrou em contato com a família. “Ligaram para a minha esposa, informando o que tinha acontecido. Ela me passou as informações e eu fui correndo até o colégio. Quando vi o meu filho, ele estava com a boca inchada e sangrando, e a camisa suja de sangue”, relata Alesson.
Ao saber que a técnica de enfermagem do colégio estava chegando, ele decidiu esperar para o menino receber um primeiro atendimento. “Quando ela chegou, disse que, se aconteceu fora da escola, ela não atenderia. Fiquei estarrecido, mas não tive tempo de ficar discutindo. Peguei meu filho e fui embora para uma dentista”, diz o bancário.
No consultório foram constatadas lesões internas no dente, além de escoriações nos lábios. “Foi necessário iniciar um tratamento a laser. A gengiva ainda está roxa e o dente escureceu. Por causa disso, além do boletim de ocorrência registrado na DPCA, pretendo entrar com um processo contra a escola por danos materiais e morais. É um absurdo terem se recusado a atender meu filho”, reclama.
A delegacia informou, por meio de nota, que o caso está sendo investigado.
De acordo com a diretora pedagógica do EduSesc, Ana Maria Andreolli, o caso não teve grande proporção. “Como o acidente aconteceu muito cedo, a enfermeira ainda não havia chegado. As próprias professoras, portanto, tomaram a iniciativa de higienizar a boca do aluno. Ele não ficou desamparado”, explica.
Segundo Ana Maria, o fato foi uma falha no modo de falar da profissional. “O que houve foi uma dificuldade de comunicação por parte dela. Isso porque, quando chegou, os primeiros socorros já haviam sido prestados e ela julgou que não tinha mais o que fazer. Em um descuido, acabou acrescentando que a criança tinha caído fora da escola, e ficou parecendo que, por causa disso, não seria feito o atendimento”, argumenta.
A diretora ainda faz questão de ressaltar que a responsável pelo atendimento foi advertida. “O tratamento dela com as palavras foi inadequado, mas não houve omissão de socorro. Nós sempre acolhemos nossos alunos, independentemente se o acidente aconteceu dentro ou nas redondezas da escola”, afirma.