09/06/2019 às 17h09min - Atualizada em 09/06/2019 às 17h09min

Invasões ocupam terrenos destinados a creches e escolas na Estrutural

Por falta de unidades de ensino suficientes na região, 5.250 alunos são transportados em 81 ônibus para estudar no Guará

Barracos de madeira e alvenaria ocupam áreas públicas destinadas a creches, escolas e postos de saúde na Estrutural. Um mapeamento da Administração Regional do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (Scia) e da Estrutural, ao qual o Metrópolesteve acesso, revela que, de 41 terrenos do poder público, 15 estão invadidos. O órgão trabalha agora para a liberação dos espaços.

O crescimento desordenado impacta na educação de crianças e adolescentes. Todos os dias, 5.250 estudantes são transportados em 81 ônibus para o Guará, região que pertence à mesma Coordenação Regional de Ensino, segundo a Secretaria de Educação.

O transporte escolar entre essas cidades custa, em média, R$ 910 mil por mês. Os ônibus são necessários “visto que não há escolas suficientes para atender todos os estudantes na Estrutural”, explicou a pasta. A Secretaria de Educação (SEE) pontuou que há seis unidades escolares da rede pública na região, responsáveis por atender 5.817 alunos, além de duas creches parceiras, que têm matriculadas 275 crianças de 0 a 3 anos.
 

Na programação da secretaria, há previsão de construção de duas crechesna Estrutural, com recursos federais estimados em torno de R$ 4 milhões para cada unidade. “Os projetos arquitetônicos já estão concluídos e estão sendo realizados os complementares. Assim que finalizados, serão elaborados os orçamentos. Em seguida, terá início o processo de licitação”, informou a pasta.

O maior terreno público invadido por grupo de moradores, um espaço de 6,3 mil m² do Setor Norte, é destinado à escola de ensino fundamental. O prefeito comunitário da região, Kleiton de Paula, disse que as construções improvisadas no local começaram há seis anos, avançaram rapidamente e hoje abrigam em torno de 250 famílias. “O pessoal quer saber da moradia. Acreditamos que, tirando essas pessoas de lá, elas ganharão dignidade e infraestrutura”, declarou.

 

No Setor Oeste (foto em destaque), há três espaços públicos ocupados de forma ilegal: um de 3,5 mil m² destinado para pré-escola; outro de 1,6 mil m², para creche; e um de 417 m², para posto de saúde. Prefeito comunitário da região, Anísio Santos disse que há em torno de 66 famílias nas áreas.

Santos reforçou que a população tem se conscientizado sobre a importância da construção das unidades públicas, mas ainda há receio. “A maior preocupação é de ficar desamparada e na lista de espera da Codhab. Aqui na Estrutural, provavelmente não terá lugar para todos, mas se tiver no DF é melhor do que em lugar nenhum.”