11/06/2019 às 08h12min - Atualizada em 11/06/2019 às 08h12min

PCDF investiga se pedófilo divulgou imagens de vítimas na internet

Preso ao sair de motel com duas garotas, Wolfika Sol Sol Leles tinha arquivos de uma série de menores de idade no celular

Investigadores da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Distrito Federal começaram a analisar o material digital apreendido em poder do pedófiloWolfika Sol Sol Leles (foto em destaque), 50 anos. Tablets, computadores, celulares e vários pendrives apreendidos continham fotos e vídeos das relações sexuais mantidas pelo criminoso com meninas de até 12 anos.

Nos próximos passos da investigação, os policiais tentarão identificar se o material era compartilhado ou até vendido para sites e grupos fechados especializados em pedofilia e prostituição infantil. De acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles, as imagens são fortes e expõem as meninas durante ato sexual, sempre preservando o rosto do criminoso.

A Polícia Civil (PCDF) tentará encontrar rastros que apontem a disseminação das imagens na internet. Os equipamentos também serão encaminhados para análise de peritos do Instituto de Criminalística (IC). Nos próximos dias, a PCDF irá contactar a Justiça em pelo menos sete estados onde o criminoso é procurado. A ideia é que as autoridades dessas unidades da Federação também peçam a prisão do suspeito.
 

Pedofilia
O pedófilo foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal nesse sábado (08/06/2019). Durante o cumprimento do mandado de busca na luxuosa suíte em que morava, no Royal Tulip, no Setor de Hotéis e Turismo Norte (SHTN), os investigadores da DPCA apreenderam um celular com vários vídeos dos estupros cometidos por ele.

Como revelou o Metrópoles nessa segunda-feira (10/06/2019), o criminoso dava dinheiro para uma adolescente de 15 anos que tinha função de agenciar garotas do círculo social dela, em Ceilândia. Leles exigia que elas não tivessem mais do que 12 anos e pesassem entre 33 e 39 quilos. Ainda assim, ele pagou por sexo com ao menos uma adolescente de 14 anos que havia sido agenciada e apresentada como se tivesse 12.

Apesar do nome incomum, a PCDF confirmou que Wolfika Sol Sol Leles é brasileiro. O homem, que se apresentava como empresário e operador do mercado financeiro, foi preso preventivamente quando deixava um motel em Ceilândia com duas adolescentes dentro do carro.

Segundo a polícia, Leles oferecia entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil por cada programa com as menores. De acordo com a investigação, quanto mais nova, mais cara custava a relação. A fim de evitar olhares curiosos, o suspeito sempre marcava os encontros no meio da semana, entre 17h e 18h, intercalando três motéis em Ceilândia.

Vida de luxo

Os investigadores da DPCA seguiam os passos do criminoso há uma semana. No decorrer das diligências, descobriram que o pedófilo morava com a esposa em uma suíte sofisticada no Hotel Royal Tulip, às margens do Lago Paranoá. Ele era conhecido pelos funcionários por dar generosas gorjetas, algumas de até R$ 1 mil. O suspeito estava hospedado em um dos quartos mais caros do estabelecimento.

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no quarto de Leles, os agentes encontraram joias e aproximadamente 200 notas de 100 dólares, aparentemente falsas, de acordo com as primeiras análises. No aposento, localizaram também algumas bolsas de luxo. A polícia, agora, quer saber desde quando o abusador vivia no hotel e quantas vítimas pode ter feito.

O pedófilo gostava de ostentar nas redes sociais e fazia questão de transparecer uma vida de luxo. Nas postagens, sempre mostrava uma rotina sofisticada: jantares em restaurantes finos, viagens a locais paradisíacos, entre outros. O acusado também dirigia carros e motocicletas luxuosos, sempre alugados em nome de terceiros, pois responde a processos criminais em outros estados e poderia ser identificado.
 

Rastro de crimes

Wolfika Leles é suspeito de aplicar golpes em pelo menos sete unidades da Federação: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e, mais recentemente, Roraima. Por meio de empresas de fachada ou em nome de laranjas, o grupo comandado pelo pedófilo oferecia propostas vantajosas para investidores no mercado financeiro, mas pediam que os clientes dessem uma entrada em dinheiro.

De acordo com investigações do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) – estado onde parte da quadrilha foi presa –, ainda em 2010, vítimas chegaram a repassar entre R$ 30 mil e R$ 188 mil aos falsários, sob a promessa de verem o dinheiro aplicado render. Com a prisão de Leles, a Polícia Civil do DF informou que notificará os demais estados sobre a detenção do estelionatário. A intenção é saber se ele cometeu delitos semelhantes em outras cidades do país.

O acusado responde pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Agora, preso preventivamente, também deve ser indiciado por estupro de vulnerável e corrupção de menor.

 


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