21/06/2019 às 15h31min - Atualizada em 21/06/2019 às 15h31min

Apesar de você, amanhã há de ser outro dia

Robério Negreiros
Robério Negreiros
Robério Negreiros


     ” Quem ousa encarar de frente sindicatos e demais grupos de interesses personalíssimos acaba tendo a vida devastada e criminosamente enlameada por uma casta com o rei na barriga que é incapaz de pensar na nação”
     O Brasil virou um País difícil de entender. Por aqui, as relações não são para neófitos. Há um estado de patrulhamento político e ideológico que tem colocado todos contra as instituições e encaminham a nação para uma convulsão social sem precedentes.
      O escândalo da vez deixa evidente que existe uma confusão séria, proposital e mal-intencionada que faz uma miscelânea entre causa e efeito e tira o foco do que, no final das contas, é o mais importante. Isso é fruto do poder dos interesses corporativos que estão se sobrepondo ao interesse público e do bem comum.
     Tomando emprestada a discussão em torno das conversas vazadas e protagonizadas pelo ex-juiz Sérgio Moro e os promotores da Lava Jato, posso dizer que no Brasil o rabo passou a correr atrás do cachorro. Todos os crimes desvelados pela investigação, bem como a obtenção ilegal das mensagens foram relegados a segundo plano pelo debate político rasteiro.
     Se isso não é suficientemente estranho (...) não haverá mais parâmetros, daqui para frente que caracterizem o que é o ponto fora da curva.
     Pulo de exemplo sem sair do tema. Veja a reforma da Previdência. O Governo Federal terá dificuldades inenarráveis para aprová-la não só pela questão política óbvia por trás das resistências no Congresso Nacional, mas – e acho que principalmente, por causa das pressões corporativas: principalmente dos servidores públicos.
     Conheço muita gente no serviço público que é consciente e entende que estamos em um outro momento e que manter privilégios as custas do erário é tão imoralmente quanto alguns ilícitos desvelados pela Lava Jato. Mas os interesses corporativos são mais cruéis e sujos que os métodos políticos que todos os cidadãos condenam. Quem ousa encarar de frente sindicatos e demais grupos de interesses personalíssimos acaba tendo a vida devastada e criminosamente enlameada por uma casta com o rei na barriga que é incapaz de pensar na nação.
    Essa atitude malsã não pode intimidar os poderes da República. Escândalos fabricados para as páginas dos jornais e paras as denúncias vazias que ocupam irresponsavelmente os Órgãos de investigações e jurídicos não podem parar a transformação que o Brasil e o Distrito Federal precisam. Vai o recado: Não podem e não vão. Acredito na estabilidade das nossas instituições e nas pessoas que as compõem. Não será a defesa cega de privilegiados por altíssimos salários bancados pelo erário que não permitirá passar o Brasil e suas relações a limpo.
  A calúnia e os crimes cometidos em nome dessa defesa débil dos interesses corporativos terão resposta a altura e nas esferas competentes, democráticas e republicanas. Longe, bem longe mesmo, do denuncismo hediondo, criminoso e corrupto. 
*Robério Negreiros é deputado distrital pelo PSD/DF e 2º Secretário da Mesa Diretora da CLDF
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