24/07/2019 às 06h07min - Atualizada em 24/07/2019 às 06h07min

Advogado que cria fake na mira do governador do DF

Analogias e metáforas. É assim, tendo o cuidado de não ferir pessoas suspeitas até que as investigações sejam concluídas, que o governador de Brasília Ibaneis Rocha (MDB), decidiu agir para consertar a casa onde tijolos colocados por maus pedreiros ameaçam ruir. Um grupo informal dentro do Palácio do Buriti, ligado diretamente ao governador, tem a missão de levantar o passado de dirigentes nomeados em empresas públicas no calor da formação do governo, e que hoje são sinônimo de crise.

A ordem de ibaneis é afastar, desde que as investigações procedam, pessoas capazes de criar curto-circuitos que provoquem incêndios que chamusquem e deixem a imagem do governo no escuro. Os visados não são muitos. E os nomes estão sendo mantidos em sigilo. Sabe-se, porém, que um dos casos teria ligações com um advogado ‘dedo-duro e golpista’, segundo versão que corre lá para os lados da Península dos Ministros e na EPTG. Na eventualidade de vir a ser afastado do cargo, esse profissional seria obrigado, posteriormente, a prestar contas inclusive no Conselho de Ética da OAB.

Ibaneis tomou a decisão após ser informado de ações pérfidas de alguns de seus colaboradores. Muita gente do governo já caiu por muito menos. A meta difundida pelos investigados é vender mentiras como sendo verdades.  A ‘operação pente fino’ já teve início. A curto prazo, serão identificados IPs de onde se originaram (e continuam sendo criados) e-mails com falsidades.

Se Ulysses Guimarães – em quem Ibaneis Rocha procura se inspirar desde que deixou seu escritório de advocacia para participar de uma vitoriosa campanha política -, dizia que não se pode roubar nem deixar roubar, o governador de Brasília vai além. Leitor de Arthur Riedel (Hei de Vencer’) Ibaneis decidiu adotar novos mandamentos. Um deles é ‘Não trapacear, não puxar o tapete, não criar fatos falsos’ e distribuir como fake news a profissionais crédulos que não vivem apenas na teoria de São Tomé.

Aos poucos, desde que assumiu o Palácio do Buriti, Ibaneis tem vislumbrado a vida de um modo mais positivo. O governador passou a entender, como disse Ulysses Guimarães, que a história desafia as figuras políticas para grandes serviços. Quem cumprir a missão, será consagrado. Quem errar, será repudiado. Por essas e outras – é o que se ouviu de pessoas que frequentam os corredores palacianos -, Ibaneis decidiu cortar as cabeças de cobras criadas. Principalmente aquelas que instilavam veneno desde o governo de Rodrigo Rollemberg, quando colocavam a cabeça para fora de um lote sonhando ser dono de um grande latifúndio.

Hoje, pisando em terrenos perigosos, esses golpistas vistos falsos moralistas, precisam saber que não se desafia Têmis impunemente. Até porque, quando a justiça é feita, por mais que tarde, o choque é fatal.


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