A manifestação da PGR ocorre no âmbito de um mandado de segurança apresentado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR ). Dodge sustentou que o Ministério Público vem sendo alijado da condução do inquérito.
“Se o Ministério Público é privado de realizar essa avaliação, ela será feita diretamente pelo magistrado, que, então, atuará como investigador. Tal dinâmica ofende, a um só tempo, o princípio da separação de poderes e o sistema acusatório vigente no país” considerou a PGR.
Para Dodge, o inquérito, da forma como foi instaurado por decisão de Toffoli, sem que houvesse provocação, afronta o sistema penal acusatório previsto na Constituição de 1988. Pela lei, o órgão responsável pela acusação não pode ser o mesmo que julga e para se abrir um inquérito, o juiz tem de ser acionado pela polícia e o Ministério Público. Cabe a esses órgãos propor as medidas investigativas.
“De ofício”
Toffoli abriu um inquérito “de ofício”, baseado em um dispositivo do Regimento Interno do STF e, no mesmo dia, designou o ministro Alexandre de Moraes para conduzi-lo. O Ministério Público Federal não tem participação ou acesso ao caso.
Em abril desta ano, Dodge já havia se manifestado pelo arquivamento do inquérito, informando à Corte que nenhuma prova colhida na investigação seria considerada. O relator discordou de sua posição e manteve as apurações.