26/08/2019 às 18h33min - Atualizada em 26/08/2019 às 18h33min

PF pega Maia em corrupção e em crime de caixa 2

Uma bomba de efeito retardado caiu na tarde desta segunda-feira, 26, sobre o Congresso Nacional. O presidente da Câmara, deputado Rodigo Maia (DEM-RJ)  foi formalmente acusado pela Polícia Federal dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, e caixa dois. A denúncia faz parte das investigações que envolvem a delação da Odebrecht.

Segundo reportagem do Estadão, na planilha de propinas da Odebrecht, Maia é identificado como ‘Botafogo’. Segundo a PF, ele teria recebido R$ 350 mil nas eleições de 2010 e 2014. O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin deu 15 dias para a procuradora-geral, Raquel Dodge, decidir se oferece denúncia – ela também pode devolver com solicitação de novas investigações.

Maia, revela o jornal, é a peça-chave no jogo político que envolve na Câmara projetos de grande impacto e interesse do governo Bolsonaro e do ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, como o pacote anticrime e a Lei do Abuso, que provoca desconforto entre promotores, juízes e delegados. E agora vira alvo direto da Lava Jato.

Segundo a PF, o deputado e o pai dele, Cesar Maia, ex-prefeito do Rio, praticaram crime eleitoral ‘na modalidade “Caixa 3”, ao apresentar apenas as informações de cunho estritamente formal das doações repassadas por empresas interpostas quando o verdadeiro doador era o Grupo Odebrecht’.

A PF também diz que eles ‘cometeram o delito de lavagem de dinheiro quando, em 2010 e 2014, ocultaram e dissimularam a origem, com o objetivo de dar lastro e legitimar o recebimento valores indevidos com as doações eleitorais feitas pelo Grupo Petropolis e as distribuidoras de bebidas Praiamar e Leyroz, a pedido do Grupo Odebrecht’.

Ainda segundo o Estadão, a Polícia Federal afirma que ‘em setembro de 2010 ocorreu o recebimento de parte da vantagem indevida do delito de corrução passiva, cerca de R$ 100.000,00, por parte da campanha de Cesar Maia ao cargo de Senador da República, com a intermediação de Rodrigo Maia, feito pelo Grupo Odebrecht, mediante a utilização de empresas parceiras do grupo Petrópolis (Cervejaria Itaipava), as distribuidoras de bebidas Leyroz de Caxias, no valor de R$ 80.000,00 e Praiamar Distribuidora, na quantia de R$ 20.000,00’.


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