evantamento realizado pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), mapeou todos os repasses do Governo do Distrito Federal (GDF)ao sistema de transporte públicorodoviário coletivo do DF, de 2014 a 2018. No último ano, durante a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), além da tarifa paga pelos usuários, o governo repassou às empresas detentoras das linhas cerca de R$ 650 milhões – aumento de mais de 200% se comparado a 2014.
“É uma política pública cara que não entrega ao cidadão um serviço de qualidade. Há muitas reclamações. O projeto Como anda meu ônibus, que durante um ano vai permitir que os usuários do transporte público rodoviário avaliem o serviço, vai ajudar os gestores públicos a traçar as melhores estratégias para o setor”, afirmam os promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
Nos últimos cinco anos, o governo repassou às concessionárias de transporte público mais de R$ 2,5 bilhões. Desse valor, R$ 879 milhões são referentes à complementação de tarifa; R$ 1,2 bilhão de passe livre estudantil; e R$ R$ 431 milhões de passe livre para pessoa com deficiência.
Os valores correspondem a duas modalidades: complementação da tarifa técnica e concessão de passe livre. A tarifa técnica é o valor real que deveria ser cobrado pela passagem, considerado os custos do transporte. O usuário paga apenas uma parte desse valor e o governo paga a diferença às empresas, o que é chamado de complementação da tarifa técnica. As concessões de passe livre são referentes aos benefícios recebidos pelos estudantes e pessoas com deficiência.
De acordo com a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF, 254 mil pessoas foram beneficiadas com a gratuidade no passe ano passado, 220 mil estudantes e 34 mil pessoas com deficiência. Em relação aos anos anteriores, houve aumento da concessão de passe livre estudantil e redução para pessoas com deficiência. Em 2017, foram beneficiados 197 mil estudantes e 45 mil pessoas com deficiência. As concessionárias não são remuneradas pela gratuidade de idosos, já que lei garante o livre acesso a assentos de ônibus.
Diariamente, cerca de 900 mil pessoas utilizam as mais de 860 linhas do transporte público rodoviário do DF.