30/08/2019 às 08h10min - Atualizada em 30/08/2019 às 08h10min

Heleno quer acabar farra de terras indígenas

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, defendeu a revisão de todas as demarcações de terras indígenas no país. Ele citou indícios de irregularidades em parte desses processos. O ministro deu a declaração na noite desta quinta-feira (29), ao lado do presidente Jair Bolsonaro, durante live semanal transmitida no Facebook.

“Essas demarcações, elas merecem ser todas revistas, uma vez que há provas, de dentro da própria Funai [Fundação Nacional do Índio], denúncias de demarcações fraudulentas para terras indígenas. São demarcações que foram forjadas, muito aumentadas na sua extensão, por gente interessada em lucrar com isso. Isso precisa ser muito bem estudado”, disse.

O ministro citou como exemplo a demarcação de Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para argumentar a necessidade de revisão desses processos. “O próprio laudo de Raposa Serra do Sol foi colocado em dúvida e foi praticamente comprovado que foi um laudo fraudulento. Então, todas essas demarcações têm que ser objeto de revisão, para verificar o que realmente corresponde à verdade”.

O presidente Jair Bolsonaro disse que não deve autorizar novas demarcações e que a maioria dos governadores da Amazônia Legal, que se reuniram com ele esta semana, também concorda.

“Hoje em dia, 14% do território nacional já está demarcado como terra indígena. Se eu demarcar todas essas áreas que estão aí, passa para 20%. Simplesmente a agricultura e a pecuária vão ficar inviabilizadas no Brasil. E os governadores não querem mais.”

Sobre o trabalho de combate aos incêndios na Amazônia, Augusto Heleno ressaltou a ação das Forças Armadas, nos últimos dias, que já conseguiu debelar a maior parte dos focos de queimada. “A ação das Forças Armadas foi imediata, pronta resposta, altamente competente, trabalhando em cima dos focos de incêndio e debelando a maioria deles”.

Ele ainda ressaltou que os incêndios na região são comuns em épocas de seca. “O que acontece na Amazônia, numa determinada época do ano, há focos de incêndio, mas não é a Amazônia em chamas. Isso é uma exagero que não é aceitável na cabeça de pessoas inteligentes. Isso é uma bobagem. São pontos da floresta onde surgem os núcleos de incêndio”, disse o ministro.


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