11/09/2019 às 15h52min - Atualizada em 11/09/2019 às 15h52min

​Falta de incentivo dificulta a vida do pequeno produtor

Vital Furtado
Correio de Santa Maria

 
    Morando cerca de aproximadamente 30 anos no setor de Chácaras Araguaia, o pequeno agricultor Estêvão Grudka pequeno comenta que os pequenos produtores da região estão jogados à própria sorte pelos governos municipal e estadual quando o assunto é incentivo.
    “Aqui não temos apoio de nada por parte da prefeitura. Na época de preparar a aterra para o plantio, precisamos de uma GRADE ARADORA e um CANTERIADOR, cujos maquinários não temos condições de contratar para preparar nossas terras. O que a prefeitura nos oferecia, isso na gestão passada, era uma grade que só servia para cavar vala na terra e acidentar o terreno. Agora nessa gestão, nem isso temos mais” explica Estêvão
    Outro fator que dificulta ainda mais a vida dos que conseguem produzir o mínimo é a falta de um veículo para o escoamento da produção. As estradas outro repletas de buracos, foram recuperadas antes recentemente, porém, os pequenos produtores esperam que ela continue em perfeito estado durante o período de chuva.
    Com a dificuldade que assola o setor e a vida dos pequenos produtores, o que se vê são chácaras abandonas, famílias oriundas do campo abandonam as ‘raízes’ para fazer novos planos na ‘cidade grande’ porque essas famílias não dispõem dos incentivos públicos municipal para continuar no exercício da    produção.
    Com isso, muitas dessas chácaras acabam sendo invadidas e a gente não sabe com quem convive como vizinho. E cada um pra si e Deus por todos.
    Ainda de acordo com Estêvão,  o município de Novo Gama tem uma secretaria de agricultura, mas, parece mesmo que é só no papel. “Pois, nunca recebemos uma sequer visita do secretário da pasta faz de conta para saber se precisamos de algum tipo de ajuda ou apoio. Apesar de sermos um pequeno número de pequenos produtores, os moradores do município não precisariam comprar produtos de outros Estados. Bastaria apenas que o Executivo local, se conscientizasse que nos, pequenos produtores, temos um potencial enorme e precisamos avançar mais ainda neste setor.        
    “Hoje nós precisávamos pensar em uma associação ou cooperativa de pequenos produtores. Se houvesse interesse do governo do município quanto a esse pleito, bastaria nos disponibilizar uma dessas chácaras abandonadas e que deve os impostos por mais de 20 anos. Com certeza, nos tocaríamos a entidade com eficiência. Construiríamos um galpão para servir de mercado’. “Aí o papel seria in vertido; ao invés de irmos até o consumidor, o consumidor viria até nos, compraria nossos produtos por um preço bem menor e, ambas as partes seriam beneficiadas”, ressalta Estêvão.
    Enquanto nada é oferecido além de promessas que são levadas pelo vento, alguns pequenos produtores vão tocando a vida de maneira simples, produzindo apenas para o gasto da família como é o caso do Estêvão, mais conhecido como Gaúcho. “Já estou em idade avançada, mas, com disposição pra trabalhar. Como não tenho recursos e nem incentivo por parte de ninguém, planto somente para o nosso gasto”.                                        “Cultivo aqui minha horta sem pretensão de vender nada para ninguém até porque quem vem comprar, quer pagar a preço de banana e valoriza o trabalho que temos para cuidar de uma plantação. Aqui no terreno de cima tenho esta área toda ociosa por falta de recursos para preparar a terra para o plantio.
    Ano passado, paguei o combustível que a prefeitura exige para disponibilizar o trator para “arar” a terra.
So que estamos em Agosto de 2019, e até hoje, esse trator não veio fazer o serviço. Mesmo assim, consegui plantar mandioca em todo esse terreno.
    Então me apareceu um proprietário de verdurão interessado em compra quase a metade da produção. Nessa época a caixa da mandioca custava R$ 35,00. Mas, como ele tinha que vir aqui buscar, só pagava R$ 15,00 por caixa. Como eu precisava vender mas não tinha como entregar, acabei por aceitar a oferta do comprador”, finaliza.
                Enquanto os dias melhores não chegam, nosso amigo Estêvão segue a vida com a sua aposentadoria, com a jornada de produção bastante reduzida, mas, torcendo que apareça aí uma nova gestão com vontade, compromisso e determinação de olhar com mais atenção e compreensão para com o pequeno produtor da região.

                                                                        

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