20/09/2019 às 07h06min - Atualizada em 20/09/2019 às 07h06min

PF investiga distrital Roosevelt Vilela por suspeita de caixa 2

Polícia apura se servidores de administração regional arrecadaram recursos em nome do político em 2018, quando ele chefiava o órgão

METRÓPOLES

A Polícia Federal investiga o suposto uso de servidores da Administração Regional (AR) do Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way para arrecadar recursos irregulares destinados a caixa 2 da campanha eleitoral de Roosevelt Vilela (PSB) em 2018, quando ele se elegeu distrital. Na época, ele chefiava a AR.

Em documento enviado à Casa Civil do GDF, a PF pede a lista de todos os servidores do período em que Roosevelt Vilela esteve no comando da administração regional, entre abril e dezembro de 2018. As suspeitas investigadas pela Polícia Federal são reforçadas por áudios obtidos pelo Metrópoles.

Nas gravações, uma ex-servidora da administração, que prestou depoimento à Polícia Federal, afirma que colegas da repartição buscavam os valores que eram repassados a Roosevelt. No entanto, não é informada a origem do dinheiro.

De acordo com ela, o hoje distrital não queria ter o nome atrelado à arrecadação. Por isso, eram os funcionários que acabavam sendo destacados para a missão de pegar o dinheiro. Nos áudios aos quais a reportagem teve acesso, foram omitidos os nomes citados pela ex-servidora, que revela ter pegado, em mãos, recursos que chegavam à administração regional.

“O Roosevelt era esperto. Ele não recebia dinheiro na mão. (…) Ele não recebia nada e não colocava o dele na reta. Ele colocava o de todo mundo, menos o dele. O (inaudível) ia buscar dinheiro, só que ele confiava muito em mim. Eu cansei de receber dinheiro do (inaudível)”, afirma a mulher.

A ex-servidora continua: “Eu não sei a quantidade, mas sei que não era pouco, pelo volume. Ele mandava em um envelope por um motoboy. Eu sabia que era dinheiro. Ia para a sala do chefe de gabinete e ficava lá dentro contando dinheiro”.

Em outro trecho, ela diz temer pela própria segurança e pela das filhas.

 

A investigação da PF sobre o caso foi iniciada neste ano. Em 20 de março, a corporação enviou ofício à Casa Civil pedindo a lista de servidores da administração que era chefiada por Roosevelt Vilela. Procurada pela reportagem, a Polícia Federal disse que não comenta investigações em curso.

REPRODUÇÃO

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Outro lado

Ao Metrópoles, Roosevelt Vilela confirmou a investigação da Polícia Federal. O deputado afirma que as denúncias estão ligadas a ex-servidores não contemplados com cargos depois que ele foi eleito distrital. O parlamentar assegurou nunca ter sido beneficiado por recursos ilícitos ou ter mandado alguém recebê-los no nome dele.

“Quando estamos em certos cargos, tomamos decisões que desagradam a algumas pessoas. Não fiz nada de errado e fica fácil eu estar sendo acusado sem nem sequer saber por quem. É preocupante que essas pessoas façam essas acusações sem nenhum tipo de prova”, afirmou.

Roosevelt também falou sobre o temor da ex-servidora em relação à segurança dela e das filhas. “Se tem alguém dizendo que a estou ameaçando, deveria levar o caso à polícia e provar.”

O parlamentar também afirmou que pediu informações à Polícia Federal sobre a investigação que corre contra ele. Roosevelt disse que, ao ler a peça, identificou pelo menos 20 depoimentos e em nenhum deles aparecem as acusações dos áudios obtidos pelo Metrópoles


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