A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) denunciou à Polícia Federal que foi vítima de tentativa de extorsão e ameaça, por telefone. Os crimes segundo ela, estão relacionados ao assassinato de seu marido, o pastor Anderson Gomes, no dia 16 de junho, em Niterói (RJ). A informação foi divulgada com exclusividade pelo programa Fantástico, na noite deste domingo (22/09/2019).
Em uma gravação entregue à PF, um homem que se identificou como policial afirmou que tinha influência na delegacia que investiga a morte de Anderson e que o mandato da deputada estaria ameaçado. A ligação teria sido feita para o gabinete da parlamentar na Câmara. “Eu vou falar um português claro com a senhora: a nossa intenção é o dinheiro”, afirmou.
Outra ameaça teria sido feita, de acordo com a deputada, pelo ex-advogado de seu filho Lucas.“Só falava a mesma coisa: eu preciso te encontrar porque eu tenho algo que vai ser muito bom para nós, vai ser muito bom para você, e eu preciso te encontrar”, relatou Flordelis.
A Polícia Federal abriu um procedimento para apurar as denúncias. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), que investiga a morte, informou que não foi comunicada pela parlamentar sobre os fatos e que a apuração sobre os telefonemas é sigilosa.
Carta do filho Lucas
A parlamentar mostrou, durante a entrevista ao Fantástico, uma carta à mão que teria sido escrita por Lucas há cerca de 10 dias. No texto, segundo Flordelis, ele muda sua versão dos fatos e acusa outro filho dela de ter participação no crime.
O filho é Wagner de Andrade Pimenta, conhecido como Misael da Flordelis. Ele não gravou entrevista, mas negou, por meio de nota, qualquer envolvimento na morte de Anderson.
Reconstituição
A delegacia responsável pela investigação levou seis horas para concluir os trabalhos de reconstituição da morte do pastor. Ao todo, 13 pessoas participaram, entre elas a parlamentar.
A ação começou por volta das 22h de sábado (21/09/2019), com a presença de Lucas de Souza, um dos filhos de Flordelis que virou réu pelo assassinato. Ao chegar à frente da casa onde o pastor foi morto, no entanto, ele se recusou a participar da reconstituição. Filho biológico da deputada que assumiu ter atirado, Flávio Rodrigues esteve no local, mas também não fez parte dos trabalhos.
Crime
Anderson do Carmo foi morto a tiros no dia 16 de junho, dentro de casa. Segundo a polícia, o corpo do pastor tinha mais de 30 marcas de perfuração. Flávio confessou à polícia ter atirado seis vezes contra ele.
Apesar de a polícia ter encerrado a primeira fase das investigações, o trabalho dos agentes continua. A delegada Bárbara Lomba já afirmou anteriormente que não descarta a participação de Flordelis no assassinato