Crime teria sido encomendado por um traficante goiano, que está foragido, escondido em uma comunidade do Rio de Janeiro
Policiais civis saíram às ruas para cumprir nesta quarta-feira (22) em Goiás e no Tocantins, dez mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento na execução, em julho passado, do dono de um bar em Goiânia. O crime teria sido encomendado por um traficante goiano, que está foragido, escondido em uma comunidade do Rio de Janeiro.
Moisés Melo, que tinha 60 anos, foi morto com tiros disparados à queima-roupa dentro de seu comércio, no Setor Aeroviário, na noite do dia 29 de julho, por um homem que estava de capacete, e que chegou e fugiu em uma motocicleta. Segundo apuração conduzida pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), a vítima teve a sentença de morte decretada porque estaria delatando traficantes à polícia.
“O Moisés era conhecido tanto por denunciar grandes traficantes, quanto por expulsar os pequenos vendedores e usuários de drogas, que quando chegavam em seu estabelecimento eram obrigados a sair, sob ameaça de que seriam entregues à polícia”, descreveu o delegado Vinícius Teles, adjunto da DIH.
A morte dele, segundo Teles, foi decretada por Yuri Alexandre Sousa Andrade, de 22 anos, o “Cerradão”, que somente na DIH é apontado como mandante de outros quatro assassinatos. Com cinco mandados de prisão em aberto, Yuri vive atualmente na capital carioca, de onde, de acordo com o delegado, continua comandando assassinatos na região metropolitana de Goiânia.
Responsável pela logística do crime já estava preso por outros crimes
Entre os presos na ação de hoje estão Rycardo Ramon Corte Milhomem, de 19 anos, apontado como autor dos disparos que mataram o comerciante, e duas mulheres que também teriam ajudado na elaboração da execução. Julyo César Rodrigues Bonfim, de 20 anos, que havia sido preso no primeiro semestre deste ano por homicídio e tráfico de drogas, mas que mesmo de dentro da cadeia teria organizado a logística para a morte de Moisés Melo, também teve uma nova prisão decretada.
Do ano passado até agora, segundo a DIH, 35 suspeitos de envolvimentos nos cinco assassinatos decretados por Cerradão já foram presos, o que, segundo o delegado que apura os casos, provocou uma queda significativa, principalmente na região do Jardins do Cerrado, bairro que fica às margens da GO 060, na saída para Trindade. Yuri Alexandre recebeu apelido por comandar, tanto o tráfico de drogas, quanto os assassinatos praticados naquela região.
De acordo com a DIH, “A divulgação das imagens e da identificação dos presos ocorreu em conformidade com a Lei nº 13.869/2019 e com a Portaria nº 547/2021/DGPC, conforme despacho da autoridade policial responsável pelo inquérito, fundamentada na possibilidade concreta de identificação de novas vítimas”.
A reportagem não consegui contato com as defesas dos citados na matéria, mas o espaço está aberto, caso queiram se pronunciar.
Correio de Santa Maria, com informações da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH)
