Domingo, 07/12/25

Polícia encontra arma de cabo do Exército morta por soldado

Polícia encontra arma de cabo do Exército morta por soldado
Polícia encontra arma de cabo do Exército morta por soldado | Reprodução

A arma da militar do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25, que foi assassinada pelo soldado da mesma instituição Kelvin Barros da Silva, 21 anos, foi encontrada dentro de um bueiro na tarde deste sábado (6/12), no Paranoá (DF). O teve acesso ao vídeo que mostra militares do Exército recuperando a arma dentro de um bueiro, em uma rua no Paranoá, região onde o feminicida tinha residência.

O revólver que pertencia a Maria estava enrolado em um uniforme do Exército. Barros teria jogado a arma como forma de tentar esconder evidências do feminicídio. O militar se entregou à Polícia Civil do DF (PCDF) e confessou o crime.

O soldado teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva nesse sábado (6/12), após passar por audiência de custódia no Núcleo de Audiências de Custódia (NAC).

O crime

Maria de Lourdes era cabo do Exército, tendo ingressado há cinco meses para a vaga de musicista. Ela foi encontrada morta por militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF).

O feminicídio ocorreu no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG). Em depoimento à Polícia Civil (PCDF), Barros confessou a autoria e disse que o crime ocorreu após uma discussão entre os dois.

Segundo Barros, eles tinham um relacionamento. “Após uma discussão, em que a mulher teria exigido que ele terminasse com a atual namorada e a assumisse, conforme havia sido prometido pelo autor, a vítima teria sacado sua arma de fogo”, comentou o delegado Paulo Noritika.

“Ele teria segurado a pistola enquanto ela tentava municiá-la. Enquanto isso, ele conseguiu alcançar a faca militar da vítima, que estava em sua cintura, e a atingiu, profundamente, na região do pescoço”, detalhou o delegado.

Noritika afirmou ainda que a vítima foi encontrada com a arma branca no local da lesão. “Depois disso, no desespero, ele pegou um isqueiro e álcool, incendiando o local onde está sediada a fanfarra e fugiu do local, levando a pistola consigo e se desfazendo dela”, disse. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.

Família nega relacionamento

A defesa da família da cabo nega qualquer relacionamento da vítima com o seu assassino. “É falso que Maria mantivesse qualquer relação com o agressor”, disse o escritório que faz a defesa da família, em nota divulgada nas redes sociais.

A família acredita que o fato de Maria ser cabo e ter uma posição hierárquica superior à de Barros, que era soldado, pode ter motivado o crime.

“Esse contexto aponta para o não aceite da autoridade feminina. Maria foi atraída, esfaqueada e incendiada no local, em um contexto de violência extrema dirigida à sua condição de mulher”, ressaltou a defesa da família da vítima. A jovem de 25 anos foi descrita como discreta, séria e focada nos estudos.

Expulso do Exército

O militar que confessou ter matado a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, na sexta-feira (5/12), será expulso do Exército.

Em nota enviada ao , o Exército disse que o soldado foi conduzido, de imediato, à prisão do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, onde permanece preso, “respondendo a processo criminal, devendo ser excluído das fileiras da Força e responsabilizado pelo ato cometido”.

“O Exército Brasileiro presta total apoio à família e lamenta profundamente a perda da cabo e reitera a sua posição de não coadunar com atos criminosos e punir com rigor os responsáveis”, afirmou a nota.

Ainda segundo o texto, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). “As investigações iniciaram de pronto, com a realização das perícias no local pela Polícia do Exército, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e, ainda, outros levantamentos que levaram à prisão do suspeito de ter cometido o crime”, informou o Exército.

A Justiça Militar da União (JMU) requereu, nesse sábado (6/12), a condução do caso do soldado do Exército Kelvin Barros da Silva. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidirá quem julgará a competência do caso.

T LB

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