Segunda-feira, 01/12/25

Império das Maquiagens é investigada após revista íntima em clientes negras

Império das Maquiagens é investigada após revista íntima em clientes negras
Império das Maquiagens é investigada após revista íntima em clientes negras | Imagem: Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um caso de constrangimento ilegal e suspeita de racismo ocorrido no JK Shopping, em Taguatinga (DF). O incidente envolve três adolescentes negras que foram submetidas a uma revista íntima na loja Império das Maquiagens.

As adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, foram seguidas, abordadas e obrigadas a passar por uma revista íntima improvisada nos corredores de emergência do centro comercial. A denúncia aponta que as jovens foram coagidas a levantar as blusas para provar que não estavam escondendo produtos furtados.

Adolescentes são constrangidas em loja

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), as vítimas estavam na Império das Maquiagens escolhendo produtos. As adolescentes afirmaram que compraram alguns itens antes de deixar o estabelecimento.

Ao saírem da loja, as jovens perceberam que estavam sendo seguidas por uma funcionária. Ao saírem do toalete, o grupo foi interceptado por uma mulher que se apresentou como Camila, gerente da Império das Maquiagens. A funcionária alegou ter notado um “comportamento estranho” das jovens pelas câmeras de vigilância e ordenou que as três a acompanhassem até um “canto mais reservado”.

As adolescentes foram conduzidas para um corredor de emergência, escoltadas pela gerente e por dois seguranças do JK Shopping. A gerente exigiu que elas abrissem suas bolsas e esvaziassem os bolsos. A gerente obrigou as adolescentes a levantarem as blusas para verificar se havia produtos escondidos. Após a revista, a gerente informou que elas estavam “dispensadas” e que poderiam “seguir com o passeio”, sem oferecer qualquer pedido de desculpas.

Repercussão do caso

O advogado de defesa das adolescentes, Ricardo Castro, classificou a ação como ilegal e discriminatória. “Um absurdo tal acontecimento. Três adolescentes negras levadas para uma sala reservada e revistadas de forma íntima, algo que é proibido por lei. Primeiro, por serem mulheres; segundo, por serem adolescentes; terceiro, por serem negras. Vejo um racismo estrutural neste caso”, declarou o advogado.

O JK Shopping confirmou a ocorrência de um episódio na loja Império das Maquiagens, onde clientes relataram ter passado por situação de constrangimento durante atendimento. O shopping afirmou que não compactua com qualquer forma de constrangimento, discriminação ou conduta inadequada dentro de suas dependências. O proprietário da Império das Maquiagens não havia respondido as mensagens até o fechamento desta reportagem.

T LB

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