Quinta-feira, 07/08/25

Moro critica condução do processo de Bolsonaro por Moraes e defende distensionamento

Segundo o parlamentar, há uma "aparência de jogo já jogado" no processo, o que, na visão dele, prejudica a imagem e a legitimidade do STF - (crédito: Lula Marques/ Agência Brasil)

Senador afirmou que o caso deveria estar na primeira instância e cobra debate sobre anistia e fim do foro privilegiado

Em um momento de crescente tensão entre os Poderes e sob a repercussão das denúncias envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Sergio Moro (União-PR) defendeu nesta terça-feira (5/8) o distensionamento político e institucional no país. Ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Moro afirmou que o processo contra o ex-presidente deveria estar sendo conduzido na primeira instância, e não no Supremo.

“Eu sempre disse em relação a esse processo que ele deveria correr na primeira instância. O presidente Bolsonaro não é mais presidente, não tem mais foro. Houve uma mudança de jurisprudência para permitir que isso fosse feito, mas seria muito mais saudável a todos — inclusive ao próprio Supremo Tribunal Federal — que o caso fosse remetido à primeira instância”, afirmou Moro.

Segundo o senador, há uma “aparência de jogo já jogado” no processo, o que, na visão dele, prejudica a imagem e a legitimidade do STF. “Hoje, tem uma aparência de que é um jogo já jogado nesse processo. E isso não é bom para a instituição Supremo Tribunal Federal.”

Escalada e impacto internacional

A fala de Moro ocorre em meio a um ambiente político de tensão. Além da crise institucional, o país enfrenta negociações sensíveis com os Estados Unidos, que ameaçam impor tarifas sobre produtos brasileiros.

“O Brasil precisa distensionar nesse momento. A gente está vendo uma escalada, inclusive num momento delicado em que há negociações com os Estados Unidos sobre essa questão das tarifas”, ponderou o senador.

Anistia

Moro aproveitou para defender a retomada de debates considerados centrais para o reequilíbrio institucional, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. As duas pautas integram o chamado “pacote da paz”, já defendido por parlamentares da oposição.

“Temos que discutir realmente a anistia, o fim do foro privilegiado. São temas importantes para a gente avançar institucionalmente”, reforçou.

Correio de Santa Maria, com informações do Senador Sérgio Moro.

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