Reação foi motivada por decisão do STF sobre efeitos de leis estrangeiras e pela incerteza em torno das medidas aplicadas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes
Os cinco maiores bancos do país perderam juntos R$ 41,98 bilhões em valor de mercado no pregão de terça-feira (19/8), em meio à pressão dos investidores diante do risco de sanções relacionadas ao cumprimento da Lei Magnitsky. O levantamento foi realizado pelo economista Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria.
O Itaú Unibanco liderou a queda, com recuo de 14,71%, seguido por BTG Pactual (-11,42%), Banco do Brasil (-7,25%), Bradesco (-5,40%) e Santander (-3,20%). No total, o setor bancário encolheu de R$ 995,68 bilhões para R$ 953,7 bilhões em valor de mercado.
Na última segunda-feira (18), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que leis e atos estrangeiros não produzem efeitos automáticos no Brasil, salvo em casos de homologação judicial ou cooperação internacional.
Embora a decisão esteja vinculada a um processo sobre as tragédias de Mariana e Brumadinho, a interpretação de agentes econômicos é de que ela também alcança o episódio envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções dos Estados Unidos no fim de julho.
O parecer provocou reação no mercado ao sugerir que bancos poderiam ser punidos caso cumpram a Lei Magnitsky, aplicada pela Casa Branca a Moraes e que, entre outras restrições, impede o ministro de realizar movimentações financeiras nas instituições.
Sem se posicionar oficialmente sobre o impasse, o Nubank afirmou que seguirá cumprindo tanto a legislação brasileira quanto as normas internacionais. “Como política institucional, temos um cumprimento absoluto das leis brasileiras e das leis internacionais, mas, neste momento, não tem nenhuma ação requerida do nosso lado”, afirmou Livia Chanes, CEO das operações da fintech no Brasil, em entrevista coletiva ontem.
Correio de Santa Maria, com informações da Elos Ayta Consultoria.