Um grupo de empresários investigados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia entrar na Justiça contra o Estado para buscar indenização pelos danos sofridos durante operação da Polícia Federal (PF).
A medida está sendo discutida após o depoimento do ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro no Senado, que apresentou documentos sugerindo falsificação de data em relatório usado para justificar a operação.
Determinada em agosto de 2022, a ação da PF teve como alvo oito empresários, acusados de discutir em um grupo de WhatsApp possíveis articulações ligadas a um suposto golpe. A ordem resultou em busca e apreensão de celulares e documentos pessoais.
Agora, os investigados consultam advogados para avaliar se as declarações de Tagliaferro podem abrir caminho para processos de reparação civil.
Reação da oposição no Congresso
A revelação de Tagliaferro também mobilizou deputados e senadores da oposição, que anunciaram uma série de medidas nesta quarta-feira (3).
Entre as ações:
pedido de impeachment do procurador-geral da República, Paulo Gonet;
protocolo de habeas corpus em favor de Jair Bolsonaro e outros sete investigados na chamada “trama do golpe”;
envio de relatórios com as denúncias a governos estrangeiros, incluindo Estados Unidos, Itália e Argentina.
Segurança para Tagliaferro
Parlamentares também solicitaram apoio à Embaixada da Itália no Brasil para reforçar a proteção a Tagliaferro, além de cobrar do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, medidas de segurança para a família do ex-assessor no Estado.
A oposição ainda pediu que a Advocacia do Senado garanta acesso dos advogados de defesa aos documentos entregues por Tagliaferro e que a Polícia Legislativa realize uma perícia técnica sobre as provas.
Correio de Santa Maria, com informações de Senadores de Oposição ao Governo Lula.