Sábado, 27/09/25

ONG vê risco de “militarização total” na Venezuela em meio a tensão com EUA

Exército Venezuelano • Getty Images

Preocupação surge após decreto que cria “áreas de defesa” em todos os municípios venezuelanos

Uma das principais ONGs da Venezuela, a Provea (Programa Venezuelano de Educação – Ação em Direitos Humanos), manifestou preocupação pela possibilidade de uma “militarização total” do país.

O alerta acontece após o regime de Nicolás Maduro publicar um decreto, na última segunda-feira (22), criando “Áreas de Defesa Integral” nos 335 municípios do país, para “reforçar a segurança regional”.

Em uma publicação sobre o decreto, a Provea afirma que a medida “supõe uma séria e adicional ameaça para o exercício dos direitos à livre associação, reunião e expressão pacíficas”, e “abre portas para que mais abusos sejam cometidos”.

Segundo a ONG, a “prolongada e crescente militarização” do país nos últimos anos, “com a justificativa de defesa da soberania”, acarretaram em “graves consequências para as garantias cidadãs”.

“Há muitos anos, há um gasto militar importante no país, com a criação de áreas específicas zonas militares sob o pretexto da lei de segurança, o que trouxe consigo violações de direitos humanos, um conjunto de abusos e arbitrariedades que buscam controlar social e politicamente a população civil”, diz à CNN Oscar Murillo, coordenador geral da Provea.

As Áreas de Defesa Integral já existiam no país, mas Murillo fala em uma “oxigenação do processo de militarização do Estado militar-policial da Venezuela”.

De acordo com ele, a partir do novo decreto, essas áreas agora são “refundadas e expandidas por todo o país, ligadas a zonas militares”.

Outro integrante da organização disse à reportagem que as últimas semanas foram de “bastante presença militar nas ruas, inclusive com desfiles com tanques de guerra por avenidas”. E relata observar muitos militares encapuzados em locais onde funcionam instituições públicas.

A publicação do decreto e a mobilização militar nas ruas acontecem em resposta ao envio, pelo governo de Donald Trump, de pelo menos sete navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear, com mais de 4.500 marinheiros e fuzileiros navais, para perto da costa venezuelana.

A Casa Branca, que também enviou caças a Porto Rico e alega ter atacado três embarcações saídas da Venezuela (matando pelo menos 14 pessoas, segundo o próprio Trump), afirma que a operação visa combater o tráfico de drogas para os Estados Unidos.

Maduro, no entanto, afirma que a real intenção do republicano é uma mudança de regime na Venezuela e pede a união nacional para a defesa do país.

A CNN entrou em contato com o regime de Maduro para comentar a manifestação da Provea e aguarda retorno.

Correio de Santa Maria, com informações da Provea (Programa Venezuelano de Educação – Ação em Direitos Humanos

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