Sábado, 27/09/25

Israel bombardeia tenda de jornalistas em Gaza após reunião com brasileiros

israelense em Gaza já matou mais jornalistas do que as duas Guerras Mundiais - (crédito: AFP)

Encontro on-line reuniu 20 profissionais palestinos e 50 do Brasil. O bombardeio aconteceu minutos após o fim da reunião

Um grupo de jornalistas palestinos participou de um encontro on-line com profissionais de imprensa brasileiros, na manhã desta quinta-feira (25/9). Meia hora após o fim da reunião, a tenda de onde o evento foi transmitido, diretamente de Gaza, foi atingida por um bombardeio israelense.

O encontro foi organizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e contou com a participação de cerca de 50 jornalistas brasileiros e 20 palestinos, além do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

Ainda não há informações de feridos pelo bombardeio logo após a reunião. Durante o evento, o embaixador Ibrahim Alzeben apresentou os números dos ataques de Israel à profissionais da imprensa em Gaza.

“A ocupação destruiu todas as instituições de imprensa presentes na Faixa de Gaza, sendo que tínhamos mais de 120 veículos de mídia, todos atuantes. Os 252 jornalistas assassinados são um número superior ao de jornalistas assassinados durante as duas Guerras Mundiais. O sindicato notificou a prisão de mais de 200 jornalistas e o ferimento de cerca de 400 profissionais”, aponta.

Durante a reunião, profissionais da imprensa que atuam em Gaza relataram a situação precária que enfrentam diariamente. “Os tanques israelenses estão posicionados a 300 ou 500 metros deste centro de solidariedade. Talvez estas sejam as últimas palavras que estamos falando, porque, se formos atacados, nós não estaremos mais aqui”, disse o jornalista Samir Khalifah em relato durante o encontro.

A escassez de suprimentos e equipamentos também foi tema das falas dos profissionais palestinos. A repórter da TV Palestina Ghaida Mohammad, deu à luz durante a cobertura da guerra e relatou o cotidiano de mãe e jornalista.

“Como mães, não temos sequer a proteção de fazermos o nosso trabalho no campo. Também estamos com necessidade de produtos essenciais, como leite em pó, produtos para higiene infantil, entre outros”, declara.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, Naser Abu Baker, as mortes de jornalistas pelas forças israelenses são propositais. “Não querem que ninguém saiba sobre o terror e por isso mesmo, matam primeiro os jornalistas palestinos, e posteriormente proíbem qualquer jornalista estrangeiro de entrar em Gaza”, denuncia.

Samira Castro, presidente da Fenaj, cobrou uma articulação global das entidades de defesa da imprensa. “Sugerimos à Federação Internacional dos Jornalistas, a FIJ, uma paralisação no mundo inteiro em solidariedade aos colegas em Gaza e na Palestina. E também queremos fortalecer a captação para o fundo de segurança da FIJ destinado aos colegas palestinos”, destacou.

Correio de Santa Maria, com informações da Agence France Presse

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