Menos trânsito nas ruas por causa das férias escolares, diminui o consumo e pressiona postos a baixarem preços
Gasolina e etanol ficaram mais baratos em Goiás nos últimos dias. Em Goiânia, a gasolina já é vendida por menos de R$ 6,00 e o etanol custa em média R$ 3,90. Essa foi a primeira queda desde outubro de 2024. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista e Derivados do Petróleo (Sindiposto), os preços mais em conta do que o normal acontecem por conta de promoções feitas pelos estabelecimentos, bem como a baixa demanda.
O presidente da entidade, Márcio Andrade, explicou que o motivo da baixa atual nos postos não tem relação direta com a queda da Petrobras. Segundo ele, o que está acontecendo é que alguns donos de postos resolveram fazer promoções para atrair clientes. “Essa redução de preço que está acontecendo em alguns postos da Região Metropolitana é basicamente por promoção. Não houve queda recente no valor cobrado pelas distribuidoras, nem pela Petrobras e nem pelas usinas de etanol”, afirmou.
Márcio explicou que, em julho, o consumo costuma cair por causa das férias escolares. Com menos carros nas ruas e menos gente abastecendo, os donos de postos precisam baixar os preços para movimentar o comércio. “É só olhar o trânsito em Goiânia. Está bem mais tranquilo. Quando tem pouca procura, o preço costuma cair”, disse.
Queda nos preços é resultado de baixa demanda
Ele também comentou que a nova taxação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros não tem relação com essa redução. Se tivesse algum impacto, seria no valor que as distribuidoras pagam, e isso não aconteceu.
Sobre o anúncio feito pela Petrobras em junho em relação a redução de preço, o presidente do Sindiposto contou que ela chegou de forma muito tímida ao consumidor. “A Petrobras reduziu 17 centavos, mas com a mistura de etanol, esse desconto vira 12 centavos. As distribuidoras repassaram só 8 a 10 centavos para os postos. Por isso, muitos consumidores nem notaram essa diferença”, explicou.
Márcio também disse que, quando o preço sobe, o repasse aos postos é mais rápido. Já quando o valor cai, esse repasse demora mais. Isso acontece por causa do estoque que já foi comprado antes com preço mais alto, e também porque as distribuidoras levam um tempo maior para baixar o valor.
Ele reforçou que os preços nos postos são definidos por cada empresário, de forma livre. “O sindicato não define preço. Nosso papel é apenas informar. Cada dono de posto escolhe quanto vai cobrar, de acordo com a realidade do seu negócio, da concorrência e do movimento”, disse.
A tendência, segundo ele, é que os preços voltem a subir quando o consumo aumentar. “Em julho e em janeiro, por causa das férias, o consumo sempre cai. Quando todo mundo volta a circular e a abastecer, os preços voltam ao que estavam antes. Isso acontece todos os anos”, explicou.
Por fim, ele orientou os consumidores a pesquisarem antes de abastecer. Márcio recomendou o uso do aplicativo da Secretaria da Economia, o EON – Economia Online, onde é possível ver os preços dos combustíveis em vários postos com localização no mapa. “É uma forma de economizar tempo, dinheiro e evitar rodar à toa”, concluiu.
Correio de Santa Maria, com informações do Sindicato do Comércio Varejista e Derivados do Petróleo (Sindiposto).