Domingo, 07/12/25

Pesquisa encomendada pelo Planalto revela ligeira queda de Lula e avaliação ruim no desempenho diante da operação no RJ

Lula fala com jornalistas estrangeiros em Belém, onde está para a COP30 — Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP

O próprio Lula teve acesso aos números na noite de anteontem.

O tracking mais recente que chegou às mãos do governo não trouxe boas novas para Lula. Encomendado pela Secom, foram 2.803 entrevistas feitas por telefone entre sexta e segunda-feira. O próprio Lula teve acesso aos números na noite de anteontem.

A avaliação do presidente ficou assim: o “ótimo/bom” 34%; o “regular”, 19%; e o “ruim/péssimo”, 44%. É a segunda queda seguida nas pesquisas encomendadas pelo Planalto. Resultado: a queda de outubro fez Lula e o governo voltarem ao patamar de agosto; a recuperação de setembro evaporou.

A atuação do Palácio do Planalto na operação contra o Comando Vermelho na semana passada — a qual, segundo o tracking, 98% dos brasileiros e 100% dos cariocas tiveram conhecimento — os números também foram desfavoráveis ao governo.

Apesar de ter tido acesso aos números, Lula decidiu ontem mudar sua estratégia para tratar do tema. Passou do comedimento com o qual tratou do assunto na semana passada para caracterizar a ação do governo Cláudio Castro como desastrosa e enfatizar a “matança”. Isso tudo mesmo quando o tracking encomendado pelo governo cravou que 72% dos brasileiros aprovaram a operação (no Rio, esse percentual foi de 73%). Ou que a operação “foi necessária, mas positiva” (46%); “foi necessária mas violenta” (18%); “foi desnecessária” (6%); “mostrou falta de inteligência e coordenação” (24%).

É uma aposta de risco de Lula. E uma aposta no longo prazo. A mudança de tom significa que o governo federal confia que, com o tempo, a avaliação popular da matança de Castro passará a ser negativa. Seja porque o Comando Vermelho continuará dando as cartas nos territórios onde domina, seja porque investigações mostrarão abusos na operação da semana passada.

Um dos itens da pesquisa ajuda a revelar o que pode estar por trás da aposta de Lula. Eis: “O número de mortes revela: ‘um reflexo do combate ao crime’: 49%; ‘um exagero, que mostra falta de planejamento’: 43%. É expressivo o percentual dos que responderam que houve um exagero de mortos por falta de planejamento. As investigações podem fazer esses números crescerem.

Mas ainda assim a maioria dos números é francamente negativa para o governo federal:

*O governo Lula está preocupado em resolver o problema do Rio? “Muito preocupado”: 13%; “Preocupado”: 17%; “Mais ou menos preocupado”: 17%; “Pouco preocupado”: 20%; “Nada preocupado”: 29%.

*O desempenho de Lula diante da operação: “Ótimo/Bom”: 21%; “Regular”: 26%; “Ruim/Péssimo”: 45%. *

O desempenho do governo federal diante da operação: “Ótimo/Bom”: 27%; “Regular”: 27%; “Ruim/Péssimo”: 39%.

Outra pergunta do tracking revela que os brasileiros botam no colo do governo federal a responsabilidade pelo combate às facções: “Quem tem mais condições de resolver o problema do Rio”? governo federal: 56%; governo estadual: 29%; Não sabe/Não respondeu 14%.

Correio de Santa Maria, com informações da SECOM/PR

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