A recente decisão dos Estados Unidos de atenuar as tarifas de importação sobre uma gama de aproximadamente 200 produtos alimentícios foi recebida com otimismo, sendo considerada um avanço significativo, de acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Apesar do reconhecimento desse progresso, o vice-presidente alertou que a sobretaxa de 40%, que incide especificamente sobre o Brasil, ainda gera distorções significativas e representa um entrave considerável para as exportações brasileiras.
“Existe uma distorção que necessita correção urgente. Embora todos os outros países tenham experimentado uma redução de 10 pontos percentuais, o Brasil, que antes enfrentava uma alíquota de 50%, permanece com uma taxa elevada de 40%. Um setor que se beneficiou notavelmente foi o de suco de laranja, cuja tarifa foi zerada, representando um impacto positivo de US$ 1,2 bilhão nas exportações”, declarou o vice-presidente.
Ele também observou que alguns produtos de nações concorrentes, como o café do Vietnã, obtiveram reduções tarifárias mais expressivas. “Embora o café também tenha tido uma redução de 10 pontos percentuais, alguns concorrentes viram suas tarifas reduzidas em 20 pontos percentuais. É imperativo que concentremos nossos esforços em aprimorar a competitividade”, enfatizou.
O anúncio da redução tarifária, realizado pelo governo dos Estados Unidos, ocorreu após a criação da “taxa de reciprocidade” em abril. Para os países da América Latina, essa taxa era de 10%. Contudo, a manutenção da alíquota adicional de 40% sobre produtos brasileiros implica que, mesmo com a retirada da tarifa global, itens como café, carne bovina, frutas e castanhas passaram de uma tarifa de 50% para 40%.
Segundo o vice-presidente, a medida reflete recentes avanços diplomáticos, incluindo as conversas entre o presidente e o presidente Donald Trump, em outubro, e as reuniões entre o ministro das Relações Exteriores e o secretário de Estado norte-americano.
O vice-presidente também sublinhou que os Estados Unidos mantêm um superávit na balança comercial bilateral.
Com a suspensão da tarifa global, as exportações brasileiras para os Estados Unidos isentas de sobretaxas aumentaram de 23% para 26%, equivalendo a cerca de US$ 10 bilhões. Essa mudança surge após um período em que o déficit brasileiro na balança comercial com os EUA aumentou 341% entre agosto e outubro.
Os impactos da medida variam conforme o setor. No setor de suco de laranja, a tarifa foi zerada, beneficiando um mercado de US$ 1,2 bilhão. No caso do café, a alíquota caiu de 50% para 40%. Quanto à carne bovina e às frutas, a redução de 50% para 40% foi considerada um ganho limitado.
O governo dos Estados Unidos justifica a redução tarifária como um esforço para mitigar a inflação de alimentos e equilibrar a oferta interna. O ajuste foi descrito como “um pequeno recuo”, e o governo americano sinalizou que não considera novas reduções de tarifas necessárias no curto prazo, demonstrando a expectativa de que a medida levará à queda nos preços de produtos como o café.
O vice-presidente também destacou o recente progresso nas negociações comerciais, citando a remoção da tarifa global de 10% e da sobretaxa de 40% sobre o ferro-níquel e a celulose, em setembro. Ele também mencionou a redução de 50% para 40% na tarifa de madeira macia e serrada e de 50% para 25% para armários, móveis e sofás, decidida no início de outubro.








