A China é, juntamente com a Índia, um dos principais clientes do petróleo russo, que foi sancionado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022
A próxima rodada de negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos incluirá a compra de grandes quantidades de petróleo russo e iraniano por Pequim, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta segunda-feira (21).
A China é, juntamente com a Índia, um dos principais clientes do petróleo russo, que foi sancionado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. O país também compra grandes quantidades de petróleo iraniano, que também está sujeito a sanções.
“Acho que agora podemos começar a conversar sobre outras coisas”, disse Bessent em entrevista à CNBC. “Os chineses, infelizmente, são grandes compradores de petróleo iraniano sancionado, e de petróleo russo sancionado. Então, poderíamos começar a discutir isso”, disse ele.
Bessent lembrou que o governo americano considera a implementação de sanções secundárias. “Qualquer país que comprar petróleo russo sancionado será forçado a pagar tarifas de 100%”, alertou. “Peço aos países europeus que sigam nosso exemplo se implementarmos essas tarifas secundárias”, acrescentou Bessent.
O presidente americano, Donald Trump, está frustrado com seu homólogo russo, Vladimir Putin, a quem deu um ultimato de 50 dias para assinar um acordo de paz com a Ucrânia ou enfrentará duras sanções econômicas.
As novas negociações entre Pequim e Washington ocorrerão “em um futuro próximo”, disse Bessent, sem fornecer uma data, embora tenha especificado que abordarão “a necessidade de a China realizar um grande reequilíbrio de sua economia”. “Eles representam 30% das exportações industriais no mundo; não podem ir além disso”, insistiu.
Os Estados Unidos e a China realizaram duas rodadas de negociações nos últimos meses para reduzir as tensões comerciais, especialmente após o forte aumento de tarifas imposto por Donald Trump. Eles se encontraram primeiro em Genebra e depois em Londres. As tarifas são atualmente de 10% para produtos americanos e 30% para produtos chineses.
Correio de Santa Maria, com informações da AFP