Novembro Roxo reforça a conscientização e a sensibilidade do cuidado neonatal
Neste ano de 2025, foram registrados 3.405 partos de prematuros em hospitais públicos e privados de mães residentes do Distrito Federal, segundo informações da Secretaria de Saúde. A taxa de prematuridade no DF é de 12,6%. Os dados são provisórios e foram extraídos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC).
O Dia Mundial da Prematuridade foi comemorado em 17 de novembro. A data também marca o mês do Novembro Roxo, dedicado à conscientização sobre o tema.
A Maternidade Brasília se destaca como o único serviço hospitalar do DF exclusivo para o atendimento de mulheres (ginecologia e obstetrícia) e de recém-nascidos. A unidade também é referência na assistência materno-neonatal. A unidade realiza atividades no local, como oficinas e palestras, em celebração ao mês do Novembro Roxo.
A gestação humana leva em torno de 40 semanas, mas é considerada dentro do padrão de 37 a 42, também chamada de “a termo”. Quando um nascimento ocorre antes das 37 semanas, esses bebês são considerados prematuros.
A pediatra neonatologista e coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, explica que a prematuridade pode ser causada por complicações durante a gestação, como diabetes, hipertensão, má formação no útero ou fatores fetais.
A atenção deve ser redobrada, conforme a profissional. O período de sazonalidade, que no Centro Oeste ocorre entre março e julho, com o aumento das doenças respiratórias, é de risco para os prematuros.
O cuidado e a dedicação que transformam vidas prematuras
A Maternidade Brasília registra histórias de superação, como o caso dos gêmeos Aziri e Bomani. Eles nasceram com 28 semanas, pesando 1330 kg (Bomani) e 805 g (Aziri). As mães planejaram a gestação cuidadosamente e realizaram a fertilização in vitro.
Os irmãos enfrentaram uma longa internação na UTI Neonatal. Bomani passou por cirurgias e complicações mais graves, incluindo a cirurgia de hérnia inguinal e a retirada de apêndice necrosado. Atualmente, Aziri e Bomani estão em casa.
O papel da enfermagem é fundamental no apoio às famílias. A coordenadora de enfermagem da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, afirma que a equipe de enfermagem deve ser o elo entre a família, nessa transição de cuidados.
A coordenadora informou o que sente sendo parte crucial do desenvolvimento de cada bebê: “O que mais nos sensibiliza diariamente dentro de uma UTI neonatal é ver o progresso dos bebês prematuros, a vontade e a garra de viver e principalmente o quanto as famílias estão ali para dar o apoio”.
Para a coordenadora, o Novembro Roxo é essencial para trazer sensibilização para as famílias e para a sociedade entender os cuidados que devem ser feitos durante o pré-natal para evitar um parto prematuro. “O papel desse mês é acolher as famílias que estão passando por esse momento e trazer para eles uma sensação de acolhimento”, relata.
Prematuridade através de um olhar de afeto
Amanda Caiara, técnica de enfermagem com experiência em UTI neonatal e também fotógrafa especialista no ensaio de bebês prematuros, contou sobre o trabalho que realiza durante o Novembro Roxo.
“Muitas mães chegam exaustas, sensíveis ou inseguras. A fotografia tem um papel ainda mais profundo e simbólico na história dessas famílias, é a prova de força e testemunho de uma vitória que muitas vezes começou com medo, incerteza e esperança”, relata a fotógrafa.
Para Amanda, o mês não é apenas uma campanha de conscientização. A celebração carrega rostos, histórias e pequenos milagres que ela teve o privilégio de acompanhar. “A fotografia evidencia a coragem de quem luta desde o primeiro minuto de vida. Eles são força em sua forma mais pura. Quando as pessoas veem isso, a empatia cresce, e junto com ela, o respeito e o entendimento sobre a prematuridade”.
Neste ano de 2025, foram registrados 3.405 partos de prematuros em hospitais públicos e privados de mães residentes do Distrito Federal.






