Decisão ainda cabe recurso
O júri popular do caso conhecido como “Chacina de Cavalcante” condenou dois policiais militares e absolveu cinco pelas mortes ocorridas em uma propriedade rural na cidade da região da Chapada dos Veadeiros, em 2022. O julgamento começou na terça-feira (19), em Goiânia, e terminou nesta quinta-feira (21) com a condenação do sargento Aguimar Prado de Morais e do soldado Luís César Mascarenhas Rodrigues pelas mortes de dois dos quatro trabalhadores rurais. Cabe recurso.
Aguimar teve pena de 13 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por homicídio qualificado contra Antônio da Cunha Fernandes, de 35 anos, enquanto Luís foi condenado a 6 anos de prisão em regime semiaberto pelo homicídio de Saviano Souza, de 63 anos. Ao G1, a defesa do soldado disse que “estuda as medidas jurídicas cabíveis para a correção do julgamento, sempre com confiança na Justiça e nos princípios constitucionais”, enquanto a do sargento firmou que vai analisar o caso e deve entrar com recurso de apelação.
Os sargentos Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, o cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos e os soldados Luís César Mascarenhas Rodrigues, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento foram acusados de armar uma emboscada para matar Saviano Souza Conceição, Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46, Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Calunga. Os policiais também responderam por fraude processual. A chacina foi cometida na chácara de Saviano.
O juiz Lourival Machado da Costa afirmou na decisão que Aguimar comandou a operação “sem planejamento, com informações distorcidas acerca das vítimas; resultando numa ação criminosa e morte”. Ele informou, ainda, que na morte de Antônio “as circunstâncias do crime apresentam aspecto negativo, haja vista que o réu, na companhia dos corréus, invadiram o imóvel da vítima, simulando uma operação e a executaram despropositadamente”. Os outros PMs foram absolvidos pelas mortes de Ozanir e Alan.
Crime
Na ocasião do crime, a perícia revelou que foram 58 tiros que resultaram na morte dos quatro trabalhadores rurais. Sobre a ação, ela teria ocorrido para coibir o plantio ilegal de maconha na região.
O julgamento aconteceu em Goiânia para garantir a imparcialidade dos jurados. Além dos réus, 13 testemunhas foram ouvidas no caso. O júri teve fim na madrugada desta quinta-feira.
Correio de Santa Maria, com informações do júri popular de Goiânia