Segunda-feira, 17/11/25

Como usar a mente hiperativa a seu favor: 3 estratégias

Já se pegou revivendo conversas passadas ou imaginando inúmeros futuros para uma situação incerta? Essa tendência ao pensamento excessivo, embora exaustiva, pode ser uma forma de o cérebro lidar com a imprevisibilidade.

A mente, simultaneamente aliada e adversária, desenvolveu essa hiperatividade como um instinto de sobrevivência. Em situações ambíguas, o cérebro tenta manter o indivíduo preparado, seguro e alerta. No entanto, quando descontrolado, esse instinto pode perturbar a paz interior, interrompendo o sono e questionando decisões já tomadas.

Pesquisas indicam que a propensão a pensar demais pode ter uma função psicológica importante, desde que utilizada corretamente.

O pensamento excessivo geralmente se manifesta como repetição do passado e projeção do futuro, ambos derivados de um sistema nervoso que busca certeza para relaxar. A mente analisa incessantemente, na esperança de resolver o que já passou.

Por trás desse padrão, frequentemente reside uma sensação de algo incompleto. Em vez de lidar diretamente com emoções desconfortáveis, a lógica parece ser um caminho mais seguro. O que começa como autoproteção se transforma em um mecanismo de enfrentamento desadaptativo.

Indivíduos criados em ambientes onde erros são severamente punidos ou a incerteza é perigosa aprendem a se preparar mentalmente para todos os resultados possíveis. Suas mentes permanecem em estado de hipervigilância, procurando riscos mesmo onde não existem, uma estratégia de sobrevivência infantil que se torna ruminação na vida adulta.

Compreender a origem desse hábito pode suavizar a autocrítica, lembrando que a mente não está defeituosa, apenas sobrecarregada. Ao entender esse funcionamento, é possível guiá-la em vez de combatê-la.

Padrões de pensamento excessivo variam, mas três tipos são comuns: o resolvedor, que repete eventos para evitar erros; o preocupado, que ensaia cenários negativos para se sentir preparado; e o superanalisador, que pondera todas as opções antes de decidir.

Cada tipo tem seus pontos fortes: proatividade, atenção aos detalhes e reflexão profunda, respectivamente. O objetivo é transformar a ruminação em clareza e ação, tornando a mente uma guia, não uma crítica.

Para direcionar esses padrões de pensamento para uma reflexão construtiva, considere as seguintes estratégias:

1. Transformar o pensamento excessivo em organização: Externalizar os pensamentos é uma forma de aliviar a sobrecarga mental. Escrever os pensamentos ou dividi-los em perguntas específicas pode trazer clareza. Este exercício, conhecido como “defusão cognitiva”, permite ver os pensamentos como informações, não como ordens. Estudos mostram que a defusão cognitiva melhora a capacidade de usar memórias e percepções para resolver problemas.

2. Contrapor “E se?” com “Então o que?”: Perguntas intermináveis alimentam a autodúvida. Interrompa esse ciclo respondendo “Então o que eu faria?”. Essa simples mudança quebra o padrão de imaginar o pior, permitindo que você experimente o medo e vá além dele, buscando soluções em vez de ameaças. Essa estratégia transforma o pensamento em um plano de contingência para momentos de impotência, lembrando a capacidade de adaptação.

3. Canalizar o pensamento excessivo para a antecipação: A mente é naturalmente predisposta a simular futuros possíveis, um processo chamado “pensamento antecipatório”. Ao imaginar cenários, planejamos e nos preparamos. Avalie se essa simulação mental está levando a um resultado útil ou apenas gerando mais medo. A intenção é crucial: se os pensamentos buscam controlar, criam caos; se buscam compreender, trazem clareza. Use a mente com compaixão, não com combatividade.

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