Festas de fim de ano e cuidados com diabetes e hipertensão
Endocrinologista orienta sobre cuidados para aproveitar as festividades
As celebrações de fim de ano são esperadas por muitas pessoas. Para quem tem diabetes, hipertensão ou usa medicamentos contínuos, os excessos podem trazer riscos. A endocrinologista Tatiana Wanderley, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), indica cuidados para aproveitar as festas com responsabilidade.
A especialista diz que o objetivo é orientar escolhas seguras. “É possível curtir as festas, desde que a pessoa conheça suas necessidades e adote pequenos cuidados para evitar descompensações”, afirma.
Atenção à composição do prato e ao consumo de álcool
Para quem tem diabetes, o primeiro passo é montar o prato com equilíbrio. Tatiana orienta iniciar a refeição com proteínas, fracionar carboidratos e evitar repetir alimentos com açúcar. Combinar proteínas magras com legumes e verduras ajuda a reduzir o impacto do açúcar na glicemia.
O consumo de álcool exige cautela. O ideal é reduzir ao máximo e alternar com água para reforçar a hidratação, alerta.
Cuidado com o sal escondido
Para quem tem hipertensão, pratos salgados são vilões. Embutidos, salames, queijos curados, bacalhau mal dessalgado e carnes com tempero excessivo podem elevar a pressão arterial.
Alguns pratos parecem inofensivos, mas acumulam sal. Isso pode causar mal-estar e crises hipertensivas, orienta a endocrinologista.
Obesidade e síndrome metabólica
Pessoas com obesidade ou síndrome metabólica devem redobrar os cuidados. Refeições calóricas podem causar desconfortos gastrointestinais, especialmente entre quem usa medicamentos injetáveis para diabetes tipo 2 e perda de peso.
O ideal é evitar transformar a semana em excessos, manter boa hidratação e reforçar a ingestão proteica antes das ceias, recomenda.
Pacientes que usam anti-hipertensivos, ansiolíticos, diuréticos ou medicamentos para tireoide precisam de atenção. O álcool pode interagir com essas substâncias e causar reações adversas.
Nenhum remédio deve ser interrompido para consumir álcool, reforça Tatiana.
Quedas e desidratação
Entre idosos, cansaço, falta de sono e álcool aumentam o risco de quedas e desidratação. O ideal é hidratar-se bem, evitar beber em jejum e descansar antes das festas, orienta.
Sinais que exigem atendimento médico
- Alterações glicêmicas persistentes
- Dor no peito, falta de ar ou palpitações
- Tontura intensa, desmaio ou confusão mental
- Vômitos repetidos, dor abdominal forte ou sinais de desidratação
- Inchaço repentino, dor de cabeça intensa ou visão borrada
Se o paciente sentir algo diferente, é melhor procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Hospitais são para casos mais complexos, como suspeita de infarto, AVC, traumas graves, sangramentos intensos, perda da consciência e reações alérgicas graves, explica a endocrinologista.








