Quarta-feira, 03/09/25

Governo avalia reduzir velocidades máximas em vias urbanas e rodovias

Ideia é ter mais segurança no transito para todos, evitando acidentes e até atropelamentos, alternativas estão sendo avaliadas (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Consulta pública discute novos limites para reduzir acidentes e padronizar regras

O governo federal abriu uma consulta pública para revisar os limites de velocidade aplicados em ruas e rodovias brasileiras. A proposta, em estudo pelo Ministério dos Transportes, busca alinhar o país a recomendações internacionais e adotar práticas mais eficazes na prevenção de acidentes de trânsito.

A iniciativa faz parte da atualização do Guia de Gestão de Velocidades no Contexto Urbano, documento que serve de referência para União, estados e municípios. Embora ainda não haja definição, uma das principais medidas em análise é a redução dos limites máximos de circulação, especialmente em áreas urbanas.

Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), a ideia é encontrar um equilíbrio entre segurança viária e fluidez do tráfego. Experiências já realizadas em capitais brasileiras indicam que diminuir a velocidade atrasa pouco a viagem, mas pode reduzir significativamente o número de acidentes e mortes.

Baseado em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial, o governo sugere padronizar em 30 km/h a velocidade de ruas locais. Já vias de maior fluxo poderiam operar entre 40 e 50 km/h, desde que ofereçam infraestrutura adequada para reduzir riscos. Em Fortaleza (CE), por exemplo, a queda do limite de 60 km/h para 50 km/h em 2022 aumentou o tempo de viagem em apenas 6 segundos por quilômetro, mas reduziu acidentes em 30%, atropelamentos em até 63% e a emissão de gás carbônico foi reduzida em 7%.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego alerta que o excesso de velocidade está ligado a cerca de um terço das mortes no trânsito, o que representa 12 mil óbitos por ano. Pesquisas em Curitiba (PR) mostraram que desrespeitar limites impostos economiza, em média, apenas 3 segundos por quilômetro percorrido.

Durante a consulta, também surgiram alternativas, como o limite dinâmico de velocidade, sugerido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Nesse modelo, placas eletrônicas ajustariam o máximo permitido conforme o tráfego e as condições de pista. Outra proposta foi a criação de um mapa nacional de acidentes, que ajude a calibrar limites em pontos críticos.

Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro já estabelece limites variáveis para estradas e rodovias.

Veja quais são as velocidades

•             Rodovias de pista dupla: 110 km/h (automóveis e motos) ou 90 km/h (demais veículos)

•             Rodovias de pista simples: 100 km/h (automóveis e motos) ou 90 km/h (demais veículos)

•             Estradas: 60 km/h

•             Vias de trânsito rápido: 80 km/h

•             Vias arteriais: 60 km/h

•             Vias coletoras: 40 km/h

•             Vias locais: 30 km/h

Estados e municípios podem fazer ajustes, mas sempre com base nas condições técnicas da via.

O Ministério dos Transportes ainda irá analisar todas as sugestões antes de publicar a nova versão do guia. Caso as mudanças sejam incorporadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), elas terão força normativa e se tornarão obrigatórias em todo o país.

Correio de Santa Maria, com informações do Ministério dos Transportes

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