Sexta-feira, 05/09/25

Governo deve ter cautela e persistência para negociar com EUA, avalia CNI

Ricardo Alban, presidente da CNI, vai liderar comitiva com 100 líderes de associações e empresários do setor industrial nos EUA na semana que vem - (crédito: Iano Andrade/CNI)

Após Lula aprovar passo para retaliação, Ricardo Alban, presidente da entidade, defendeu manter tentativa de negociação em detrimento à Lei de Reciprocidade. “O setor industrial continuará buscando os caminhos do diálogo e da prudência”, declarou

Em resposta à ação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de autorizar o início das consultas para que o Brasil possa aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou uma nota em que defende a persistência em avançar com as negociações com o país norte-americano pelo campo diplomático e evitar uma escalada ainda maior na tensão com o governo de Washington.

“Precisamos de todas as formas buscar manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Nosso propósito é abrir caminhos para contribuir com uma negociação que possa levar à reversão da taxa de 50% e/ou buscar obter mais rapidamente o aumento de exceções ao tarifaço sobre produtos brasileiros”, avalia o presidente da entidade, Ricardo Alban.

Para a CNI, ainda não é o momento para aplicar a reciprocidade econômica com os EUA e o diálogo deve ter o objetivo de reverter os “efeitos nocivos” do tarifaço imposto pelo país norte-americano, que impôs taxa de importação de 50% para uma série de produtos brasileiros. “O setor industrial continuará buscando os caminhos do diálogo e da prudência”, defende a nota.

Encontro em Washington

Na próxima semana, uma comitiva liderada pela CNI vai desembarcar na capital dos Estados Unidos para uma série de compromissos com empresários e representantes do governo e do parlamento norte-americano. Em torno de 100 líderes de associações e empresários do setor devem participar destes encontros.

A viagem também vai contar com reuniões preparatórias com empresários dos dois países para a defesa do setor industrial em audiência pública, marcada para o dia 3 de setembro, sobre a investigação aberta em julho pelo governo norte-americano nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.

“Como representante do setor industrial brasileiro, a CNI formalizou uma manifestação em defesa do Brasil, argumentando que o país não adota práticas injustificáveis, discriminatórias ou restritivas ao comércio bilateral”, acrescenta a entidade.

A abertura do processo na Câmara de Comércio Exterior (Camex) é um passo importante para a aplicação da reciprocidade econômica, de acordo com a lei sancionada em abril deste ano. A partir disso, a Camex tem 30 dias para apresentar um relatório técnico avaliando se as ações do governo de Donald Trump se enquadram na legislação, o que, se for comprovado, permite a instalação de um grupo interministerial para sugerir ações de retaliação ao governo brasileiro.

Correio de Santa Maria, com informações da  CNI

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