Suspeito de matar o homem a tiros é filha da mulher que teria ofendido um grupo de crianças com termos racistas durante uma festa
Um homem de 47 anos, identificado como Wanderson de Almeida Ferreira, foi morto a tiros após ter defendido crianças de supostas ofensas racistas em Mineiros, na região Sudoeste de Goiás, conforme relato de testemunhas. O crime aconteceu na madrugada deste sábado (2) e o suspeito é filho da autora das ofensas.
Para a Polícia Militar, testemunhas contaram que a confusão teria começado durante uma festa de família em uma chácara da cidade. Durante o evento, uma mulher teria se aproximado de um grupo de crianças e proferido xingamentos com termos racistas à elas. Wanderson, que é pai de duas crianças que integravam o grupo, teria intervindo e exigido que a mulher respeitasse os menores, o que teria gerado uma discussão.
Após o desentendimento, Wanderson, a esposa e os filhos teriam decidido ir embora, mas pararam em uma distribuidora de bebidas, momento em que foram surpreendidos pelo filho da mulher com quem havia discutido no evento. Os dois também teriam se desentendido e a briga teria evoluído para luta corporal, até o suspeito teria sacado uma arma e atingido a vítima com dois disparos.
O suspeito fugiu do local e a PM foi acionada. Wanderson foi socorrido e encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte constatada minutos após dar entrada no centro de saúde.
O suspeito, um rapaz de 28 anos, foi localizado em um posto de combustíveis próximo a distribuidora de bebidas onde crime ocorreu. Com ele, a polícia encontrou uma pistola 9mm com 16 munições intactas e duas deflagradas. O suspeito foi autuado por homicídio e segue à disposição da Justiça.
O caso está sob investigação da Polícia Civil.
Morte por racismo
De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2025, os casos de racismo em Goiás aumentaram 23,45% de 2023 para 2024, passando de 597 para 737 registros. Já os casos de injúria racial tiveram uma queda de 8,06%, passando de 620 para 570 registros. O racismo por homofobia permaneceu estável, com 123 casos em 2023 e 124 casos em 2024.
É importante notar que a lei que trata dos crimes de racismo no Brasil foi alterada em 2023 para incluir a injúria racial como um crime autônomo, o que pode afetar a forma como os dados são contabilizados em diferentes unidades federativas.
Correio de Santa Maria, com informações da Polícia Militar (GO)