IA: Nova infraestrutura para transações bilionárias
IA e agentes transacionais
A Inteligência Artificial (IA) está migrando do estatuto de ferramenta de automação para o de agente transacional, estabelecendo o Comércio Agente (Agent Commerce) como o próximo vetor de crescimento na economia digital. Este avanço, caracterizado pela capacidade da IA de executar transações completas e autônomas, está sendo catalisado por movimentos estratégicos de grandes players como Mastercard e Magalu.
Mastercard Agent Pay
O lançamento do Mastercard Agent Pay é um indicativo da seriedade com que o setor financeiro avalia o potencial dessa mudança. A tecnologia visa fornecer a infraestrutura de pagamento segura, assentada na tokenização, para agentes de IA. A parceria com gigantes como Microsoft e IBM sublinha o esforço de criar um ecossistema seguro e escalável.
Declarações de Fourez
Pablo Fourez, Chief Digital Officer Global da Mastercard, aborda a complexidade da transição. “O que se está reorganizando é como fazer os sistemas de pagamentos. Temos uma longa história de fazer coisas que são backwards compatíveis… Por isso, o fato de termos investido na tokenização, e agora podemos usar a tokenização para assegurar agentic payments,” explica Fourez. A prioridade é estabelecer protocolos de Governança Digital, como o “Protocolo de Contexto de Modelo para Comércio Remoto Seguro,” que autentiquem o agente e garantam a integridade e o contexto da transação. A colaboração com adquirentes como Braintree e Checkout.com garante que a tecnologia seja compatível com a base instalada de e-commerce.
WhatsApp da Lu no Magalu
Paralelamente, o Magalu apresenta um caso de estudo de adoção em massa no varejo: o WhatsApp da Lu. O projeto, desenvolvido pelo Luizalabs, demonstra a eficácia dos agentes de IA em conduzir a jornada de compra de ponta a ponta em um ambiente conversacional. Trata-se de um sistema de IA Assistent que utiliza arquitetura de múltiplos agentes. Caio Gomes, diretor de Dados e IA do Magalu, destaca a complexidade do sistema: “Queríamos mais do que um chatbot: criamos uma vendedora digital com o calor humano da Lu e a precisão de um sistema multimodal de inteligência artificial.”
Foco na personalização e segurança
O modelo Magalu, ao integrar o agente e a plataforma na mesma entidade, facilita o gerenciamento de dados e a segurança. André Fatala, vice-presidente de Plataformas Digitais, ressalta o foco na personalização e na adesão a marcos regulatórios: “A cada conversa, a Lu entende melhor o cliente, suas preferências e o contexto de compra. É uma experiência fluida, pessoal e segura.” A expansão para mais de 30 milhões de clientes, com conformidade total à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e autenticação por CPF, valida a escalabilidade da IA conversacional.
Projeções do mercado
A análise do mercado de agentes de IA sugere que esta não é uma tendência periférica. Relatórios de consultorias especializadas projetam que a economia global de transações facilitadas por agentes pode ultrapassar $4 trilhões anuais até o final da década, impulsionada pelo crescimento exponencial da capacidade dos modelos de linguagem e da tokenização. O volume de comércio eletrônico autônomo está projetado para crescer a uma taxa composta anual superior a 30% nos próximos cinco anos, à medida que os agentes evoluem de assistentes para executores de decisões complexas.
Revisão de estratégias
Para a liderança executiva, a convergência entre a infraestrutura de pagamento (Mastercard) e a interface de consumo (Magalu) exige uma revisão imediata das estratégias de tecnologia. A capacidade de construir sistemas que se adaptem aos novos protocolos de dados e que garantam a segurança da transação autônoma será o diferencial competitivo na economia dos agentes. A transição não é apenas tecnológica, mas um imperativo de negócios que redefine a interação, a segurança e a geração de receita em escala.








