Quarta-feira, 03/09/25

Indústria brasileira pressiona em Washington para reverter tarifa de 50%

Ricardo Alban: "Nosso propósito é aprofundar o diálogo e contribuir para as negociações por meio de argumentos técnicos" - (crédito: CNI)

Comitiva de 130 empresários e líderes setoriais participa de encontros com autoridades e empresas nos EUA em meio à investigação sobre práticas comerciais brasileiras

Uma comitiva de cerca de 130 empresários e representantes de associações industriais desembarca em Washington nesta semana para pressionar contra a tarifa extra de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A missão é organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ocorre nos dias 3 e 4 de setembro.

A agenda inclui encontros com parlamentares e empresários norte-americanos, reuniões bilaterais e uma plenária com representantes dos setores público e privado dos dois países. O grupo também se reunirá com a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

“Nosso propósito é aprofundar o diálogo e contribuir para as negociações por meio de argumentos técnicos”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo ele, Brasil e Estados Unidos têm economias complementares e a parceria comercial de mais de 200 anos precisa ser preservada.

Entre os setores mais atingidos pelo tarifaço estão máquinas e equipamentos, madeira, café e cerâmica. Associações como Abimaq (máquinas), Abrinq (brinquedos), Abal (alumínio), Abiec (carnes) e Cecafé (café) integram a delegação, que também conta com empresas como Embraer, Tupy, Stefanini, Novelis e Siemens Energy. Federações da indústria de oito estados também participam.

Audiência pública

A visita coincide com a audiência pública marcada pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), que investiga possíveis práticas desleais do Brasil no comércio bilateral. A investigação, aberta em julho com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, mira temas como comércio digital, tarifas preferenciais, serviços de pagamento, propriedade intelectual e questões ambientais.

A CNI contesta as alegações e argumenta que não há base legal para as sobretaxas. A entidade lembra que os EUA têm superavit na relação comercial e tarifas já reduzidas, e defende que eventuais divergências sejam resolvidas por meio de cooperação técnica e diálogo bilateral.

Correio de Santa Maria, com informações de associações das industriais Brasileiras

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