Lesões por pressão
O que são
As lesões por pressão, antes chamadas de escara ou úlcera de decúbito, são ferimentos causados pela força contínua sobre a pele e tecidos adjacentes. Podem atingir camadas mais profundas, causando dores, riscos de infecção e piora do quadro clínico. A condição exige paciência e esforço, impactando a qualidade de vida da pessoa e na forma como será cuidada.
Presentes em pacientes acamados ou com mobilidade reduzida, as lesões acarretam sofrimento, aumentando a demanda por precauções e atenção. O problema de saúde pública ocorre em hospitais, residências e instituições de longa permanência.
Quando a pressão é combinada com imobilidade, fricção, forças de cisalhamento e umidade, as lesões encontram terreno fértil para surgirem. Em pessoas em cadeira de rodas, é comum ferimentos na área da pelve, dos ossos dos quadris e dos glúteos. Em indivíduos acamados, a frequência se dá nas regiões das costas, cotovelos, nádegas, calcanhares e quadris.
Ana Cássia Mendes Ferreira, enfermeira da Secretaria de Saúde (SES-DF), destaca que o impacto transpõe a qualidade de vida dos pacientes, repercutindo também no esforço e na saúde mental das equipes que cuidam, inclusive de familiares.
“É importante esclarecer que a ocorrência das lesões nem sempre está diretamente ligada à qualidade dos cuidados, especialmente quando todas as medidas de prevenção forem adotadas”
Ana Cássia Mendes Ferreira, enfermeira
“É importante esclarecer que a ocorrência das lesões nem sempre está diretamente ligada à qualidade dos cuidados, especialmente quando todas as medidas de prevenção forem adotadas”, reforça a profissional. “Isso significa que os ferimentos podem surgir mesmo que todas as precauções recomendadas sejam tomadas. Outros fatores devem ser considerados na equação: pele, envelhecimento, comorbidades e estado geral da pessoa”, pondera.
Como evitar
As lesões podem ser antecipadas, já que surgem de acordo com a posição em que o paciente passa mais tempo. Os cuidados devem ser redobrados nessas áreas, a fim de aliviar a pressão. Mudar a posição constantemente é fundamental. “Mesmo indivíduos gravemente doentes devem ser mobilizados de forma lenta e gradual, respeitando sua estabilidade clínica. Em geral, recomenda-se alterar o posicionamento com frequência, sempre avaliando a tolerância e a segurança”, detalha Ferreira.
Colchões adaptados para essas situações também auxiliam no alívio da pressão nas áreas mais proeminentes. A alimentação e a hidratação devem ser oferecidas conforme a capacidade da pessoa, respeitando a via adequada. As fraldas precisam ser trocadas para reduzir o contato da pele com urina e fezes, pois essa umidade favorece o rompimento da pele. A higienização correta é, segundo a enfermeira, ponto importante do cuidado. “Pacientes idosos, por exemplo, possuem a pele mais fina e, por isso, precisam estar sempre limpos e hidratados”, complementa.








