Livro sobre Sobradinho reforça identidade da cidade
Obra sobre Sobradinho é incorporada ao Arquivo Público do DF
O primeiro livro dedicado à história de Sobradinho será incorporado ao Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) na terça-feira (16). A obra História de Sobradinho marca um registro sobre a cidade, fundada em 13 de maio de 1960. Sobradinho abriga cerca de 70 mil habitantes, segundo a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) Ampliada.
O livro nasceu da colaboração de moradores e ex-moradores, incluindo entrevistas que forneceram relatos sobre a formação da comunidade. Foram reunidas fotografias, poesias, cartas e memórias, reconstruindo episódios do final da década de 1950 aos dias de hoje.
A obra contou com orientação técnica e documentos fornecidos pelo Arquivo Público, que agora passa a preservá-la como parte da memória do Distrito Federal. “Ter o livro História de Sobradinho integrado ao acervo do Arquivo Público do Distrito Federal significa garantir que a memória da cidade permaneça viva, acessível e protegida”, afirmou Léo Barros, coordenador do projeto.
Os exemplares já estão em circulação. A distribuição segue avançando nos órgãos regionais do Governo do Distrito Federal (GDF), em agências bancárias e em todas as escolas públicas e particulares. A obra está disponível na Biblioteca Ernesto Silva, localizada no Arquivo Público do DF.
Cerca de 1.400 livros foram entregues em escolas públicas, feiras, eventos culturais e entre colaboradores e parceiros do projeto. Nas próximas semanas, a distribuição continuará em comércios locais e feiras populares de Sobradinho, Sobradinho II e Fercal.
Realizado pelo Instituto Latinoamérica, por meio do Termo de Fomento TF-30, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) e produzido pela LL Produções, a obra é apenas o primeiro passo de uma longa jornada de preservação e amor pela memória de Sobradinho.
Léo Barros afirma que o volume publicado ainda parece insuficiente diante da riqueza histórica da região. “Sei que ainda faltou muito, e essa lacuna é justamente uma oportunidade para uma segunda edição. Temos material para três vidas”, afirmou. O livro reúne desde curiosidades do cotidiano dos pioneiros até mapas do século XVIII e registros arqueológicos catalogados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“No livro História de Sobradinho, a belíssima iniciativa de depositar e catalogar esse rico material no Arquivo Público do Distrito Federal é antes de tudo um ato de preservação de histórias e vivências de sua gente, principalmente daqueles nos antecederam”, celebrou Atanagildo Brandolt, presidente do Instituto Latinoamérica.
Para o superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano, a incorporação da obra ao acervo oficial fortalece o vínculo dos moradores com sua própria trajetória. “Este livro é mais do que um registro histórico. É um elo entre a comunidade de Sobradinho e sua própria história. Ao integrá-lo ao nosso acervo, garantimos que pesquisadores, estudantes e moradores tenham acesso a uma parte essencial da identidade do DF”, destacou.
O projeto também se diferencia pelo compromisso com a acessibilidade. Além da edição impressa, será distribuída uma versão pocket em Braille e uma adaptação parcial em audiolivro, voltada a pessoas com deficiência visual. No total, três mil exemplares serão disponibilizados gratuitamente em escolas, bibliotecas, instituições culturais e espaços comunitários do Distrito Federal.
O lançamento emocionou pioneiros e lideranças que acompanharam a formação da cidade. O vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Ricardo Vale, lembrou que a ideia do livro surgiu em 2021, durante uma conversa com o amigo Léo Barros sobre festivais, times de futebol e personagens já falecidos que ajudaram a construir a identidade local. “Ali eu disse: ‘Não podemos deixar esse legado se perder’”, contou. Para o parlamentar, reencontrar professores, atletas, amigos de infância e moradores que acompanharam sua trajetória “renova o sentido de pertencimento” a Sobradinho.
Diante da vasta quantidade de documentos ainda inéditos, a equipe já vislumbra a possibilidade de um segundo volume. Há também a convicção de que o projeto pode se expandir para registrar a história de outras regiões administrativas. “Se Sobradinho rendeu tanto, imagine outras cidades. O DF inteiro é um território de memórias que merecem ser contadas”, finaliza o historiador Léo Barros.








