Sexta-feira, 05/09/25

Mais um escândalo no INSS expõe rede de corrupção

Ilustração: Google

Em depoimento à CPMI, advogado denuncia participação de parlamentares, policiais, lobistas, sindicalistas e servidores, afirmando que até o presidente Lula tinha conhecimento do esquema.

Por Vital Furtado

Mais uma vez o Brasil se depara com uma escandalosa roubalheira, que segundo depoimento de um advogado ligado ao INSS, era de conhecimento de todos os envolvidos, inclusive do presidente Lula. O caso, revelado em sessão da CPMI, trouxe à tona detalhes que abalaram o país e expuseram mais um triste retrato da corrupção enraizada nas instituições.

Durante seu depoimento, o advogado não poupou palavras e nem tampouco demonstrou medo ao apontar nomes. Sem rodeios, relatou que o esquema era de proporções gigantescas e contava com a participação de diferentes setores, desde parlamentares até servidores do próprio Instituto Nacional do Seguro Social.

Um dos pontos mais chocantes foi a acusação de que havia conhecimento prévio e consentido sobre as irregularidades por parte de altas autoridades. Segundo o advogado, não se tratava de atos isolados, mas sim de uma verdadeira rede de corrupção, sustentada pelo silêncio conveniente de quem deveria fiscalizar.

A CPMI, que já vinha sendo pressionada pela opinião pública para avançar nas investigações, ganhou novo fôlego com as declarações contundentes. Os parlamentares presentes ficaram visivelmente constrangidos, uma vez que alguns deles foram diretamente citados como participantes do esquema criminoso.

Além dos políticos, o depoimento envolveu policiais, lobistas e até presidentes de sindicatos. Todos, de alguma forma, segundo o advogado, se beneficiaram dos desvios que drenavam recursos destinados à população mais necessitada. O escândalo ganha ainda mais gravidade quando se considera que as vítimas diretas são segurados e aposentados que dependem do INSS para sobreviver com dignidade.

O que mais causa indignação é que, diante de tantas denúncias, ainda paira a sensação de impunidade, prova disso é a blindagem que tentaram fazer em relação ao irmão do presidente Lula, o Frei Chico, inclusive com parecer do PGR que chegou a determinar que nada fosse apurada desse assalto aos aposentados. A cada escândalo revelado, a esperança do povo de ver a justiça prevalecer parece se diluir diante de arranjos políticos e acordos de bastidores. No entanto, a pressão social cresce, e com a determinação do presidente da CPMI em apurar e punir os ladrões, a exigência por responsabilização está mais forte do que nunca.

As declarações do advogado colocam em xeque não apenas a credibilidade do INSS, mas também a do governo federal como um todo. Se confirmadas as informações de que até o presidente Lula tinha conhecimento da roubalheira, o país pode enfrentar uma das maiores crises políticas de sua história recente.

O povo brasileiro, mais uma vez, se vê diante do dilema entre acreditar na justiça ou se resignar à corrupção sistêmica. Cabe agora às autoridades competentes prosseguir a investigação com rigor, punir os culpados e mostrar que, finalmente, ninguém está acima da lei. O Brasil precisa urgentemente virar essa página e reconstruir a confiança em suas instituições, algumas delas na UTI.

Opinião – Correio de Santa Maria.

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